Poesia do mês de agosto
Poesia do mês de Junho
Enchamas Por Raquel Almeida
Ansioso calor aumenta o desejo
Antes beijo antes abraço
Enlaço esse encanto
E fico...
Entre os nós do amasso
Entre feitiço
Entre efeito
No enlace sem pressa
Pensando desejos
E desejando promessas
Dentro do fogo
Mergulho e afago
Passa tudo
E tudo passou
E nós
Na incandescente chama
Dormimos no colo do nosso amor.
Poesia do mês de maio
Lei Áurea
Por Carlos de Assumpção
Viva a Princesa Isabel
Viva a senhora redentora
Agradecimento profundo
A bondosa princesa que em maio
nos deu de bandeja a Lei Áurea
Lei Áurea verdadeiro cheque sem fundo
Poesia do mês de abril
Campanha Volta João (vingou)
Por Soraia Lima
Dia 3 na quinta-feira
A noite estava quente
Os poetas inspirados
Mas havia um ausente
O cenário estava armado
Tudo muito reluzente
Mas faltou o Seu João
Homem que viu o cão
Lá no Elo da Corrente
Foi o Douglas bom cabelo
Que se encheu de empolgação
Leu uns versos de cordel
Com sotaque e emoção
Todo mundo repitia
Foi tamanha comoção
Então o Douglas gritou
Toda gente então bradou
Por favor volta João !!!
LINHAGEM por Michel Yakini
Dedicado a Raquel
Nossa avó é a coragem
Escalando essa serra
Renegando o açoite
De muitas noites em claro
E revolta no olhar
Nossa mãe é ponta firme
Trançando sua versão
Sepultando a macheza
Ergue o pulso adiante
Se opressão cutucar
Tu és a força presente
Lança certeira da prosa
Ventre fértil mãe preta
Embalando o futuro
Nosso fruto secular
Nossa filha é essência
Horizonte de argila
Esculpindo as canções
Nos cantos do passado
Pelos ares ecoar.
Essas são nossas memórias
Nossas linhas na história
Escrita em letras de mão
Com graveto na areia
Pro no vento se espalhar
Poesia do mês de Junho
Enchamas Por Raquel Almeida
Ansioso calor aumenta o desejo
Antes beijo antes abraço
Enlaço esse encanto
E fico...
Entre os nós do amasso
Entre feitiço
Entre efeito
No enlace sem pressa
Pensando desejos
E desejando promessas
Dentro do fogo
Mergulho e afago
Passa tudo
E tudo passou
E nós
Na incandescente chama
Dormimos no colo do nosso amor.
Poesia do mês de maio
Lei Áurea
Por Carlos de Assumpção
Viva a Princesa Isabel
Viva a senhora redentora
Agradecimento profundo
A bondosa princesa que em maio
nos deu de bandeja a Lei Áurea
Lei Áurea verdadeiro cheque sem fundo
Poesia do mês de abril
Campanha Volta João (vingou)
Por Soraia Lima
Dia 3 na quinta-feira
A noite estava quente
Os poetas inspirados
Mas havia um ausente
O cenário estava armado
Tudo muito reluzente
Mas faltou o Seu João
Homem que viu o cão
Lá no Elo da Corrente
Foi o Douglas bom cabelo
Que se encheu de empolgação
Leu uns versos de cordel
Com sotaque e emoção
Todo mundo repitia
Foi tamanha comoção
Então o Douglas gritou
Toda gente então bradou
Por favor volta João !!!
Poesia do mês de março
Alembramentos
por Michel Yakini
Alembro de um tempo
que o mundo
era maior, bem maior
e cabia dentro do nosso abraço
Alembro do dia
que vi um colibri
lacribeijando o sol
lhe dando de beber
Alembro de cores minhas
ausentes
que por fim
não esbarro mais
Alembro que eu gostava
de vagar por aí
a ouvirtude
que o silêncio dizia
Até uma vez,
ainda miúdo,
me ensinaram
que "Alembrar"
é um erro!
Depois disso:
tem coisa que não lembro
mas do resto alembro de tudo!
Poesia do mês de janeiro
Faculdade
por Fuzzil
Minha faculdade é a rua!
Formei-me em Letras,
História e Geografia.
Fiz letra de samba,
Letra de rap,
Letra de forma,
Letra de mão,
Letra de pixo,
Letra de grafite.
Fiz histórias nas ruas!
Contei histórias da vida,
Histórias de manos e minas,
Histórias do cotidiano...
Histórias de miliano,
Histórias verídicas.
Andei pelos guetos, becos,
Observei os terrenos baldios,
Construí poemas de madeira,
Barracos de papel.
Observei os arranhas céus
Os córregos poluídos.
Minha faculdade é a rua!
Formei-me em Letras,
História e Geografia
Poesia do mês de Dezembro
Alma de Ninguém
Por: João do Nascimento Santos
Preciso do teu bom dia
Boa tarde e boa noite
Você falando comigo
A vida aumenta um mês
A minha alma se salva
O céu se abre de vez
E quando passas por mim
Meu corpo se estremece
Perdido estou, sem perdão
A vida não me convém
E se não fala comigo
Perco a alma também
Perdendo o corpo e a alma
Para mim nada interessa
Vou puxar uma cadeira
Uma cerveja pedir
Não tendo corpo e nem alma
Não bebo e nem vou dormir
Assim não vou precisar
Que alguém vele por mim
Eu mesmo fico velando
O meu poço de loucura
Uma alma invisível
De um corpo sem figura
Quando alguém me perguntar
O que eu estou fazendo
Sentado à beira do poço
Conversando pro além
Tenho eu que responder
Velo a alma de ninguém
Ninguém um dia vai ter
A má imaginação
De está à beira do poço
Falando ao invisível
Conversando com a alma
De um corpo inexistivel
E consagrado sou eu
Na terra estou criando
Tenho filhos sem ter mãe
Tenho filhos do além
Hoje mesmo dei a luz
Para a alma de ninguém
Poesia do Mês de Novembro
Menina Princesa
por Raquel Almeida
Ali, naquela viela
Existe uma princesinha triste
Ela está chorando
Porque estão rindo do seu cabelo.
Ali, naquela viela
A princesinha chora
por não querer ir pra escola
Ela diz não ter amiguinhos
E que a professora
Sempre a deixa de castigo.
E ali, mais uma vez
A princesinha vai chorar
Ela pede a Deus
Que lhe dê cabelos lisos,
olhos azuis e pele branca
Seria igualzinha as "lindas princesas"
Dos contos de farsas
Oh, menina princesa!
Enxergo em você tanta beleza
Seu cabelo trançado é realeza
Sua pele cor da noite
É linda, tenha certeza
Seu sorriso é luz
Contagia minha alma
Seus olhos, que não são azuis
Me transmitem calma
Oh menina princesa!
Sim, você é princesinha
Nossas histórias encantadas
Foram apagadas
Mas você relatará um dia
Bela menina dos olhos de jabuticaba
Não ligue para quem te faz chorar
São pessoas que ainda não sabem
Que somos realeza
Menina negra
De linda beleza
Você sim
É uma princesa.
Poesia do Mês de Outubro:
Sentimentos
por Michel Yakini
Por aí muito sinhô
Esses chamados de dotô
Dizem que nossa poesia
É limitada, um horrô
Pois digo que esses cabra
Que nunca pegou na enxada
Dizem que sabem tudo
Mas num sabem é de nada
Esses "donos da verdade"
Num conhece a realidade
Vivida pelos caboclo
No sertão e na cidade
Só ficam em gabinete
Entre quatro parede
Enquanto nóis clama justiça
Eles fingem que num entende
Diz que nóis num sabe lê
Quanto menos iscrevê
E que nosso linguajar
É difícil compreendê
Pois deixe que eles insista
Em fazer grossa vista
Pois nóis se fortalece
Aqui no bar do Santista
É aqui que tá nossa gente
Povo lindo e inteligente
Pelo amor e pela arte
Mais um Elo da Corrente
Gente que sabe o que quê
Homem, criança e muié
Que não deixa esses dotô
Nos tratar como qualqué
Essa gente de muito dinhêro
Empresário, político, banquêro
Que concentra toda a riqueza
Lavando no estrangêro
Esses tão iludido
Pensam tá bem protegido
Mas quando abrirem o zóio
O bolo vai tá dividido
Pois nesse grande momento
Expandimos conhecimento
Lendo nossos próprios livros
Que hoje tamô escreveno
E esses mesmos livro
Que um dia nos foi proibido
Hoje nos dá o poder
De sermos reconhecido
Muda a real de figura
Fazendo literatura
Eleva nossa auto-estima
Renasce nossa cultura
Valorizar nossa história
Resgata nossa memória
Ignorada na iscola
Hoje conduz a vitória
Salve nossa correria
Lutando no dia a dia
Muita paz e liberdade
Pra todas periferia
Sentimento que mina
Pros herói e pras heróina
Que mantêm a resistência
Feito Solano e Carolina
Os versos ficam por aqui
Mas num vamô desisti
Pois nossa luta continua
Mesmo até depois do fim.