Tradutor

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

DUAS GERAÇÕES SOBREVIVENDO NO GUETO - LANÇAMENTO ONTEM (AÇÃO EDUCATIVA)

Poxa vida! Inda agorinha chegamos do lançamento do livros "Duas Gerações Sobrevivendo no Gueto" das autoras Soninha M.A.Z.O, Raquel Almeida, com ilustrações de Michel Onguer e prefácio de Elizandra Souza, mais um fruto plantado, semeado e polinizado nas ladeiras, nas vielas, nas lajes, no busão, no trêm, no fundão.

O evento rolou na Ação Educativa, isso mesmo no centrão, pois acreditamos na idéia de ocupar o foco do centro também e não só ter pretexto de ir até a cidade quando estamos doente, a trabalho, ou consumindo, mas também para prestigiar um evento cultural, ainda mais um evento que exalta nossa cultura própria, nossos costumes, nossa vivência, dores e amores, choros, tristezas e revide.

Um evento envolvendo o lançamento de uma obra de duas mulheres negras, de nascimento distante, realidade próxima, moradoras da periferia, que hoje se encontram e firmam um laço de amizade e companheirismo firmado na palavra, ou melhor na arte das palavras. Arte essa muito criticada pelos pomposos e metrificadores de plantão, daqueles que contam nossas silabas, mas não sabem medir nossos sentimentos e urgências, que exigem uma função poética da nossa produção, com base na semelhança, mas que não se liga que nossa letra se assemelha não só com o ritmo das palavras, mas sim com o ritmo das nossas vidas.

Nossa poesia não é só letra, é idéia, é ideologia também, se alguém se incomoda é sinal que realmente isso causa efeito, desde a cara de nojo dos que esperam só estética em vez de ações, até o sorriso do rosto surpreso com o primeiro livro que se depara para ler e não para limpar a preteleira do patrão.

Satisfação aos amigos que compareceram, dos quatro cantos, ou melhor dos cinco, prestigiaram não só o livro, mas também apresentação do grupo Amandla, que mandou muito no berimbau, no atabaque e nas rimas afiadas, a quem participou da nossa roda de poemas ao final, que só acabou por causa do horário da casa, a quem tomou uma breja ou um refri pra confraternizar, fortalecer e criar novos laços de amizades, pois o ponto principal é esse: O encontro dos propósitos, a desenvolvimento do trampo, a calo da lida, o aprendizado. Firmeza mesmo aos incomodados.

Pra escrever esse texto eu coloquei como trilha sonora a rainha Leci Brandão e logo de cara veio o refrão:


"Não quis acreditar,
vai ter que aturar,
em cada esquina

é mais uma rima que tem escutar".

É por aí que nóis vamo chegando e traçando outras linhas e letras no caderno da nossa história.

Nessa próxima quinta tem Sarau do Rap, na mesma Ação Educativa e na outra quinta, dia 06/11, rola o segundo lançamento dessa obra, no bar do Santista durante o sarau Elo da Corrente. Vê se não perde dessa vez, falô!!!

Parabéns guerreiras!

Canibal atento

Michel





Nenhum comentário: