Tradutor

domingo, 27 de setembro de 2009

Elos que seguem trançando...

Fela Kuti
Plinio Marcos



Por esses ultimos dias continuamos nossa caminhada literária nos saraus no bar do Santista, recebendo a comunidade, os amigos e celebrando nossa oralidade. A novidade desse mês ficou por conta de uma intervenção, reunindo teatro, música, poesia, video e uma mina de energia que aconteceu na ultima terça feira no bar do Santista.


*

Foi uma união entre Teatro Parabelodacorrente, assim mesmo, em que podemos conferir e construir parte do processo do projeto "Realejo, o lugar que desejo" que os irmãos do teatro Parabelo nos presentearam no bar do Santista. A mostra tem como base uma performance que envolve um totem indigena, representado pela atriz Eliane, em que o lugar que desejamos era possivel ser escrito no seu corpo. Um momento de sabor diferente, em que quebramos barreiras de pudores e preconceitos, da experimentação da arte viva e mutavel, do respeito, da força e fragilidade das relações, enfim, um transbordar de sentimentos. Ao final aconteceu uma troca firmeza de conhecimento e alimento, que fortaleceu demais nossa caminhada.
*



As concentrações do mês de outubro são a celebração do Fela Day, uma articulação nacional, puxada pelo Balckitude do mano Maca da Bahia Preta, com mostra de curta, exposição de fotos, música e sarau em homenagem ao grande Fela Kuti, músico e ativista nigeriano, e a reallização da Festa dos Ibejis, em homenagem a mulecada da quebrada. Desde já, agradecemos mesmo a todas as pessoas que tem somado na realização de mais um sonho: "Que a literatura seja doce no saboreio do nossos erês". Pretendemos montar, no minimo, 500 quites de doces e livros infantis e oferendar pros pequenos da região. Estamos aceitando doações para melhorar essa estrutura, é só dar um sinal. Além dos quites, terá também a presença do tambor da Brasa, um encenação preparada pelo irmão Divino Silva, que adaptou o conto "O gato da beira -rio" publicado em 2007 no livro "Pelas Periferias do Brasil" Volume 01, cantoria nossa, teatro de boneco com o parceiro Graciliano e também vamos desbicar poesias no ar.
*


Outras contenções não menos importantes para o próximo mês é nossa participação na II Mostra Cultaral da Cooperifa, em que esterei participando de uma mesa de debate no dia 21, juntamente com os escritores Marcio Batista, Rodrigo Ciriaco e Elizandra Souza e no dia 24 estaremos somando na freira de livro e também no encontrão dos saraus, que será a reunião maior dos saraus de ladeira dessa cidade.


E também vamos realizar uma traquinagem com os irmãos da Edições Toró, exibindo os programas "Nas ruas da Literatura", disponivel no site da editora e exibido anteriormente na rádio USP, e que por aqui vai alçar vôo nas ondas do ar de Pirituba pela Rádio Comunitária Urbanos FM, a mesma que transmite nosso sarau semanalmente, logo divulgamos detalhes desse trampo.

*

Como o ritmo com a chegada Yakini está em processo de adaptação, e estamos muito mais em casa ultimamente, tenho aproveitado pra realizar algumas leituras e o tecer de algumas palavras. Um livro que gostei muito de ler entre os que devorei nesses dias-noites foi: " Inutil Pranto e Inutil Canto pelos Anjos Caidos" de Plinio Marcos. Uma obra que reúne contos desse que é um dos maiores escritores da literatura brasileira e nos trás nessa trilha escritos que vão da explosão do carcere em Osasco, passando pela ancestralidade indigena, as peneiras de futebol e a carreira decadente de um jogador de segunda divisão.


*

Cada conto tem uma força de sequencia e repetição que me fez perceber um estilo de narrativa muito diferente do que já li até então. Em que a cada nova cena recriada Plinio Marcos enfatiza a condição dos seus personagens principais: " Eram 25 homens esmagados, enclausurados..." Eram 80, 70, 60 meninos e suas chuteiras de baixo do braço, iguais no sonho, na fome ..."

*

Havia lido anteriormente do próprio Plinio "Dois perdidos numa noite suja" que tem como estrutura o diálogo teatral, mas com certeza os contos de "Inutil pranto" foi um livro que mexeu com meus parafusos em relação aos conteúdos, a poesia presente nos textos e quanto a inovação de estilo.

*

Salve, Plinio Marcos o Bruxo da Literatura Marginal.

Até já!

*

Michel

Nenhum comentário: