O Mengo é um time em que a formula do
técnico ex-jogador tenha lá umas estórias de sucesso. A regra vale pro campeão
do mundo Carpegiani, Luxemburgo (que não ganhou muitos títulos, mas teve boa
passagem), Júnior (que fez mais sucesso com seu Black Power e com a redonda nos
pés), Carlinhos (o Violino, tampão dos anos 90) e também em dois casos que
carregam meu apreço: Andrade e o “noviço” Jayme de Almeida.
A
ausência de técnicos negros em times graúdos é escancarada e levada ao desprezo
pela crônica esportiva, mas o Mengo não só aposta em resgatar ex-jogadores,
como foi campeão com técnicos que condizem com a tradição do clube.
Nos tempos dos “matches” e
do “football”, enquanto o pó de arroz comia solto nas Laranjeiras, o Mengo,
depois do Vasco, apostou no talento da negrada e além de títulos, conquistou a
massa dos morros cariocas e do Brasil.
Não é a toa que o apelido
de mau gosto criado pela torcida rival, em alusão a massa negreira
flamenguista, foi chamar a torcida do Fla de urubú, mas como bem ensinou o
poeta Miró: “Urubú como carniça e voa”, e isso é mais um dos muitos apelidos
que saiu pela culatra, e o tal virou símbolo do maior time do Brasil.
Por isso, nada mais
coerente que um time que a torcida é reconhecida por ser majoritariamente
negra, assim como sempre foi a maioria dos seus ídolos, tenha um técnico negro
no comando.
Mas o que me intriga são
os casos de Andrade (o que mais vezes ganhou o Brasileirão) e do atual
treinador Jayme de Almeida, pois esses treinadores negros só apareceram pra
cobrir buraco de medalhão demitido e o mais curioso: sem nenhuma expectativa
inicial, foram campeões!
Jayme de Almeida parece
ter reeditado a virada feita por Andrade em 2009, quando assumiu um time
capenga e foi campeão com justiça, o problema é que bastou o time tropeçar na
Libertadores do ano seguinte e todo trabalho de Andrade foi jogado pelo ralo, feito
café frio. Andrade foi demitido e está no limbo, passou o segundo semestre de
2010 campeão e desempregado, agora nem sei por onde anda.
Jayme de Almeida carrega o
mesmo peso. Consertou um time depreciado e largado por um ex-técnico de
seleção, que como diria minha mãe “cuspiu no prato que comeu”, sendo prata da
casa, tampão, campeão e como uma Libertadores pela frente.
Se essa equipe, em que o melhor
jogador era um volante (que nem continua no elenco) e um artilheiro-brocador,
até um dia desses motivo de chacota, vai vingar em 2014 é improvável. O time é
limitado, Jaime tirou água de pedra, e por salvar o precipício de 2013 deve ser
prestigiado vencendo a Libertadores ou não.
Que nenhum cartola sem
noção tenha a pachorra de demiti-lo no primeiro semestre, pois o Flamengo deve
reverência a Jayme de Almeida... um ex-jogador do clube, dedicado funcionário,
que emancipou sua família negra pelo futebol, que salvou o rubro-negro de uma
degola certa em 2013... Repito: O
Flamengo deve a Jayme de Almeida, no mínimo, reverência.
A Libertadores 2014 começa
aqui pro Mengão e que a injustiça feita com Andrade não se repita a Jayme de
Almeida, fiquemos de olho!
www.michelyakini.com
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