Ontem a noite o chapa esquentou, o frio não fez efeitos em nossa lida, pois no bar do Santista a poesia estava presente e queimando feito Brasa em nossos corações. Pra começar, mesmo antes do sarau, recebemos uma ligação, quando estavamos saindo de casa pra chegar no bar do Santista, que já fortaleceu grandão o clima da noite. Essa ligação foi do Messias, que é morador do bairro e, como ele mesmo disse, ouvinte assiduo da rádio Urbanos, um "Urbanomaniaco".
Durante nosso papo ao telefone, ele disse que sempre ouve o sarau pela rádio, que curte as poesias, a forma como conduzimos, disse que tinha comprado o livro, e que gostaria que escrevessemos uma dedicatória. Sem erro, mó satisfação saber que recitar poesias pela ondas da rádio também faz efeito, pois esse trampo nem era uma pretensão inicial, mas quando surgiu a idéia percebemos que é firmeza ver que a comunidade pode muitas vezes não estar no bar durante o sarau, mas ouvindo a parada.
Mano Merenda (Comunidade Carcerária)
NEno (satisfação!!!)
Divino
Mesmo com uma noite propicia a ficar debaixo das cobertas, assistindo a telinha, muitos amigos compareceram no bar do Santista e contribuiram pra mais uma noite de luta, aprendizado, artimanha, respeito e união. Ontem foi o melhor sarau de todos que já fizemos, porque percebemos, definitivamente, o desafio que a caminhada exige. Por que pensar em plantar uma semente é facil, dificil é saber afagar a terra, saber manejar o instrumento, conversar com o fruto semeado, transmitir carinho e ao mesmo tempo ser firme, mesmo quando a praga ronda e ameaça o sucesso da nossa colheita. Nessas horas num tem teoria e nem discurso afiado que resista, só mesmo a prática, a pisada firme na trilha, pra ensinar como fazer.
Pra nascer calos nas sola e nas palmas, primeiro é preciso nascer as bolhas de sangue, isso é inevitável.
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