Sentada no banco das letras
Dormia a professora cansada
No banco das letras tentando chamar o tambor
Esperando o tambor me chamar
Nebulosas chapas de imposições
Dezessete no máximo...
Pensei “como florescido seriam nossos caminhos”.
Voltei a real naquela falácia do chapa falando da chapa
Dezessete no máximo acalourando a calourada
No banquinho das letras articulava
Prometia, divagava...
Sua fala infeliz acordou a professora e meu ódio
“...chapa, pra ajudar os negro, mostrar pra eles que eles podem, que eles precisam de nós”
Dezessete era os chapinhas
E só...
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quarta-feira, 27 de novembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Domingo (17/11) 2ª edição do Caldeirão do Negão (com Michel Yakini e Raquel Almeida)
CALDEIRÃO DO NEGÃO II
SEGUNDA EDIÇÃO DO EVENTO REUNIRÁ MULTIPLICIDADE DE LINGUAGENS ARTÍSTICAS RELACIONADAS AO UNIVERSO AFROBRASILEIRO
DA REDAÇÃO
NOVEMBRO/ 2013
NOVEMBRO/ 2013
O Caldeirão do Negão está de volta. Após 1.200 pessoas lotarem o evento
em 2010, a segunda edição chega para ferver novamente a panela da Casa
das Caldeiras, no dia 17 de novembro de 2013, das 15h às 20h, dentro das
comemorações da Semana da Consciência Negra.
Organizado por livre iniciativa de
empreendedores negros da cidade de São Paulo, esta nova edição do
evento reúne diversas linguagens artísticas que se manifestam por
intermédio de elementos como poesia, música, circo e dança,
proporcionando ao público um verdadeiro mosaico de espetáculos que
ressaltam a vitalidade e versatilidade do corpo negro no campo das
artes.
“A ideia central desta atividade é desmistificar o conceito de apresentação artística que tem o
palco como plataforma única de performances, e também expandir a atual
concentração de manifestações artísticas relacionadas ao corpo negro para
outras áreas. Adotamos uma dinâmica de intervenções que dialogam com o
conceito de cabaré, dessa maneira, o evento contará com diversas e
pequenas esquetes que ocorrerão em diversos pontos da Casa das
Caldeiras. Além disso, serão contemplados segmentos como o circo,
sapateado, entre outras manifestações pouco relacionadas a cultura negra
mas que, igualmente a música e a dança, por exemplo, também são áreas
de atuação com destacada presença afro-brasileira”, afirmam os
organizadores do Caldeirão.
A primeira atração do evento é a mesa de discussão e reflexãoParâmetros de Legitimação da Moda Afro-brasileira, que reuniráo estilista Jaergeton Corrêa (Ateliê Hagadime), o músico e blogueiro Jun Alcântara (ubora.wordpress.com) e um representante de uma agência de modelos negros
da capital. Entre outros assuntos, serão abordados temas como a roupa
afro para além das passarelas, a performance no cotidiano urbano,
intervenção em ambientes corporativos, sua representação na mídia
televisiva, além de alguns assuntos polêmicos levantados durante o I
Seminário – Moda, Estética Negra e Economia Criativa, realizado no
último mês de outubro, em Belo Horizonte. A mediação da conversa será do
jornalista Nabor Jr.
O Caldeirão do Negão terá a apresentação da jornalista Chris Gomes e,
para além das performances artísticas, reunirá exposição e venda de
produtos ligados à cultura negra, como obras de arte, acessórios e
confecções. As especiarias gastronômicas ficarão por conta do chef
Pakuera, presidente da Comunidade Samba da Vela.
PROGRAMAÇÃO ESPAÇO PRINCIPAL
15H: INÍCIO
15H - 20H: DISCOTECAGEM DJ VIVIAN MARQUES
15H30 - 16H30:PARÂMETROS DE LEGITIMAÇÃO DA MODA AFROBRASILEIRA
16H45 – 17H: ESQUETE DANÇA AFRO DÉBORA MARÇAL
17H10 - 17H30: ESQUETE POESIA MÁRCIO BARBOSA E FÁBIO BOCA
17H40 – 18H10: ESQUETE MUSICAL DENA HILL E ZUMBLACK
18H20 – 18H40: ESQUETE CIRCENSE TRUPE LIUDS
18H50 - 19H: ESQUETES DANÇA DE SALÃO ROGERINHO E THAIS BLACK
19H10 – 19H20: ESQUETE BREAK AFROBREAK
19H30 – 19H40: ESQUETE SAPATEADO
19H50 – 20H: ESQUETE POESIA RAQUEL ALMEIDA E MICHEL YAKINI
20H10: SHOW SAMBA DELAS
15H - 20H: DISCOTECAGEM DJ VIVIAN MARQUES
15H30 - 16H30:PARÂMETROS DE LEGITIMAÇÃO DA MODA AFROBRASILEIRA
16H45 – 17H: ESQUETE DANÇA AFRO DÉBORA MARÇAL
17H10 - 17H30: ESQUETE POESIA MÁRCIO BARBOSA E FÁBIO BOCA
17H40 – 18H10: ESQUETE MUSICAL DENA HILL E ZUMBLACK
18H20 – 18H40: ESQUETE CIRCENSE TRUPE LIUDS
18H50 - 19H: ESQUETES DANÇA DE SALÃO ROGERINHO E THAIS BLACK
19H10 – 19H20: ESQUETE BREAK AFROBREAK
19H30 – 19H40: ESQUETE SAPATEADO
19H50 – 20H: ESQUETE POESIA RAQUEL ALMEIDA E MICHEL YAKINI
20H10: SHOW SAMBA DELAS
PROGRAMAÇÃO CASA DAS MÁQUINAS
15H – 19H: DISCOTECAGEM FESTA SEX BLACK
19H – 19H30: POCKET SHOW AVANTE O COLETIVO
19H – 19H30: POCKET SHOW AVANTE O COLETIVO
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Lançamento do 4º Livro da Coleção Besouro, não perca! Dia 13/11/2013
Lançamento do 4º Volume da Coleção Besouro
Dia 13/11 as 19h
Local: Emef Theo Dutra Av. Guilherme de Almeida, 110 - Vila Penteado (Atrás do Circo Escola)
Bate papo com Raquel Almeida e Ronaldo Sonyc
Coquetel e Distribuição do Livro “Instrumentos EnCANTAdos”
Apresentação musical e roda capoeira integrada "Capoeira EnCantos" com a CIA.CAPOEIRA – SP
(participação aberta a todos)
Mais informações producaosuburbana@gmail.com /www.facebook.com/colecaobesouro
Dia 13/11 as 19h
Local: Emef Theo Dutra Av. Guilherme de Almeida, 110 - Vila Penteado (Atrás do Circo Escola)
Bate papo com Raquel Almeida e Ronaldo Sonyc
Coquetel e Distribuição do Livro “Instrumentos EnCANTAdos”
Apresentação musical e roda capoeira integrada "Capoeira EnCantos" com a CIA.CAPOEIRA – SP
(participação aberta a todos)
Mais informações producaosuburbana@gmail.com /www.facebook.com/colecaobesouro
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Inscrições abertas para Oficina de Empreendedorismo Cultural Jovem (c/Michel Yakini e Raquel Almeida)
FÁBRICAS DE CULTURA - VILA NOVA CACHOEIRINHA
Trilhas de Produção
Empreendedorismo Cultural Jovem
Inscrições abertas!
Curso é voltado para jovens interessados em desenvolver projetos artísticos ou socioculturais, individuais e coletivos. Para inscrição e informações procure a recepção da Fábrica.
Curso é voltado para jovens interessados em desenvolver projetos artísticos ou socioculturais, individuais e coletivos. Para inscrição e informações procure a recepção da Fábrica.
06/11 a 05/12/2013 – 10 encontros – quarta e quinta-feira.
Exceto: 14/11 e 20/11 (aula reposição: 12/11 e 19/11 – terça-feira).
com Michel Yakini (Coletivo Elo da Corrente) e Raquel Almeida (Coletivo Elo da Corrente e Esperança Garcia)
Rua Franklin do Amaral, 1575 - São Paulo - SP
Telefone:
(11) 2233-9270
http://www.fabricasdecultura.org.br
(11) 2233-9270
http://www.fabricasdecultura.org.br
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
25 anos de Fundação Palmares ( a partir de 19.09)
A Representação da Fundação Cultural Palmares em São Paulo oferece à capital e à cidade de Tietê (dia 27 de setembro), 2 meses intensos de debates e rodas de conversa organizados em torno de 4 eixos, a saber: “o corpo negro nas artes”; “mídia e relações raciais” e as séries “olhares de dentro” e “territórios negros na urbes paulistana”.
Os temas escolhidos respondem às demandas levantadas nos 3 primeiros meses de trabalho desta Representação (abril, maio e junho) junto a artistas e produtores culturais negros. O propósito das conversas é amarrar pontas e entrelaçar idéias de forma a dar conseqüência a cada uma das frentes abertas pela Representação neste período. Visamos também recolher subsídios para publicações futuras em formato de cadernos ou textos em PDF para o acervo digital da FCP, a serem distribuídos amplamente para o público interessado. As atividades acontecerão no Auditório MinC, Alameda Nothmann, 1058, Campos Elísios, sempre às 19:00. Informações: 11 - 27664300. Participe!
19/09 (quinta-feira) às 19:00
O corpo no teatro negro – Sidney Santiago, ator, diretor / Os Crespos
O corpo negro no teatro – Lucélia Sérgio, atriz, diretora / Os Crespos
O corpo negro no fazer intelectual – Flávia Rios, Socióloga, Co-autora de Lélia Gonzales, uma biografia e Emerson Inácio, professor / USP, pesquisador em raça, etnia, gênero e sexualidade
Facilitador: Pedro Neto, Cientista Social PUC-SP e Onilu no Ilé Àse Palepa Mariwo Sesu – SP
20/09 (sexta-feira) às 19:00
Performance: “Folhas poéticas... apanha folha com folha!” Com a escritora e poeta Miriam Alves
O corpo negro na literatura – Sérgio Ballouk, escritor, autor de “Enquanto o tambor não chama” e Miriam Alves, escritora, autora de Brasilafro, entre outros
Facilitadora: Raquel Almeida, escritora, articuladora do sarau Elo da Corrente
25/09 (quarta-feira) às 19:00
Olhares de dentro: presença das matrizes africanas na cidade de São Paulo
Articulação e Coordenação: Movimento Águas de São Paulo em luta pelos direitos humanos e de cidadania das Casas de Asé e contra a intolerância religiosa
26/09 (quinta-feira) às 19:00
O caminho editorial negro – Guellwaar Adún, escritor, coordenador editorial da Ogum’s Toques Negros; Marciano Ventura, coordenador editorial da Ciclo Contínuo e Michel Yakini, escritor, articulador do sarau Elo da Corrente.
Facilitadora: Cidinha da Silva, escritora, responsável pela Representação da FCP em São Paulo
27/09 (sexta-feira), às 14:00, na cidade de Tietê
Olhares de dentro: salvaguarda das celebrações de matrizes africanas em Tietê / a Festa de São Benedito
Alessandra Gama, capoeira e articuladora do Ponto de Memória e Cultura IBAÔ
Sônia Florêncio – Coordenadora de Educação Patrimonial DAF / IPHAN – Brasília
Marcela Bonatti - Coordenação Setorial de Patrimônio Cultural / Secretaria de Cultura de Campinas
Facilitador: Wellington Alves – Articulador da Festa de São Benedito em TietêMarcela Bonatti - Coordenação Setorial de Patrimônio Cultural / Secretaria de Cultura de Campinas
Endereço: Prefeitura Municipal de Tietê, J. A. Corrêa, 01, Tietê, SP. Telefone para informações: 15 - 32858755
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
RJ é FANK! (por Michel Yakini)
Nossa passagem pelo RJ neste fim de semana foi rápida, mas intensa. A cidade tá vivendo um momento
impar por conta do sumiço do(s) Amarildo(s) e os pedidos sem cessar de Fora-Cabral! Nossa
visita ao Sarau da APAFUNK, que acontece na Ocupação Manuel Congo, ao lado da Câmera
dos Vereadores ocupada pelos manifestantes, fez encruzilhada com tudo isso já
na chegada.
O sarau
começou em meio a tensão, tava bonito, rua lotada, muitos poetas versando, mas
não foi possível chegar ao fim, pois a truculência de cada dia cercou a rua e
deu o ar da graça com suas bombas. Numa decisão acertada o anfitrião
Mano Teko interrompeu o sarau, pra não tentar a sorte de provar do veneno
anunciado.
Ainda sim tivemos o prazer de ouvir, versar,
semear, colher e beber dessa nascente: Sarau APAFUNK! Caminhada e Fundamento! Necessário
voltar. Quem estiver no RJ, vale chegar nessa fogueira que firma toda segunda
do mês na Rua Alcindo Guanabara, no olho do furacão.
No sábado
fomos conhecer outra atividade da APAFUNK, que acontece em Irajá, numa praça do
bairro, é o encontro SISTEMA FANK (isso mesmo com “A”), uma aula de história e
estórias com a velha guarda do Funk no RJ. Rolou o lançamento do vídeo-clipe “Gangster da Favela”
do Mano Teko (dá play!) e só a rapaziada
do tempo em que muitas letras de Funk era batizada com o nome de RAP, Rap da
Felicidade, Rap das Armas ...e por aí vai. Hoje essa mesma rapaziada luta pro
Funk ter seu espaço digno e respeitado na cena da cidade.
Satisfação
ouvir ao vivo MC Junior e Mc Leonardo, Mc Pingo, Mano Teko, Mcs que são a história
viva de um movimento nascido nos morros, nos anos 90, e que mantém o coração
pulsante sob a sola calejada.
Só temos que
agradecer a atenção e a partilha dessa energia.
Sem palavras:
Andrew e sua família (Claudia e o pequeno Iory), que nos acolheram tão bem em sua
morada.
Tá valendo
Raquel Almeida, Celinha Reis e Edu Godoy por somar nesse bonde comigo!
Vida longa
APAFUNK!
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Dreads do Bob Marley ou Bob Marley dos Dreads? (por Raquel Almeida)
“Crianças
vivam a sua cultura (Estilo dread nativo)
E não
fiquem parados com gestos (Estilo dread nativo)
Oh, a
batalha será mais quente (Estilo dread nativo)”.
Trecho
“Natty Dread” Bob Marley
Há
sempre um incomodo escancarado nos becos que ando por aí, minha mãe sempre
disse que um dia eu ia levar uma porrada na rua por encarar as pessoas, por
andar de nariz empinado, oras, como se fosse pecado. Há exatamente 2 anos e 3
meses uso dreadlooks, sonho meu desde que afirmei minhas raízes.
Quando
era adolescente costumava a usar tranças soltas feitas pela minha prima Mila,
coitada da Mila passava 4 horas ou mais traçando minhas madeixas. Minha mãe era
a primeira em casa a me chamar de Bob Marley, até então, conhecia as musicas e
confesso, gostava bastante, mas como me achava uma adolescente roqueira, nunca
assumi que gostava de reggae, samba, entre outros gêneros musicais. O fato é
que essa comparação me irritava muito, mas como uma boa pirracenta que sou
continuava trançando. Minha mãe achava que usar tranças estragava o cabelo, mas
pra mim, era uma forma de me sentir livre, não sabia definir a sensação, mas
acordar todo dia sem passar pelo pesadelo dos pentes e dos cremes de pentear
era um grito de liberdade de fato. Lembro de ter usado, uma vez, ferro de
passar no cabelo, meu pai ficou uma fera comigo, mas as pessoas, atrevidas como
sempre, falavam que eu estava linda, o engraçado é que olhando uma foto que eu
estava de cabelos ferrados, não estou ali, estou longe, bem longe.
Depois, tive uma briga feia com os cachos e
cortei bem o cabelo, considerando que eles eram longos, cortar o cabelo no
pescoço para as pessoas e seus enxerimentos foi um absurdo. Minha mãe acha que
eu gosto de desafiar as pessoas, sempre as pessoas e seus pudores. Pois é, não
podia nem cortar meu cabelo! Usei muito tranças de raiz, por um tempo, e tinha
que aturar as pessoas dizendo “mas seu cabelo não é tão ruim”, “mas você fica
com cara de neguinha”, raramente alguém dizia “nossa, combina mais com você”.
Os
dreads pra mim eram um sonho. Me preparei durante dois anos pra poder fazê-los,
esperei pacientemente e um belo dia marquei horário com uma amiga e ela formou
os tão esperados dreads.
É
sim uma mudança radical, não nego, até porque a gente pensa que os dreads vão
ficar longos e soltos e os meus, no caso, ficaram curtos e espetados. Achei que
não iam mudar, mas os dreadlooks são uma metamorfose nas nossas metamorfases,
eles se moldam e tem seu tempo certo pra florir, quem usa ou quem já usou sabe
bem o que eu digo. É como uma planta, que você cultiva, lava, rega, hidrata,
perfuma, e vai descobrindo varias formas de cuidar, desvendamos os mistérios
dos dreads quando passamos a tê-los.
Por
varias vezes, andando pelas ruas ouço "Bob Marley” ou “olha só o cabelo do
Bob Marley”, às vezes só o olhar já basta pra saber que essas pessoas estão
muito incomodadas, demais até. Outro dia andando com minha irmã passou uns
caras num carro e cantaram: “I wanna love you and treat you right”, cantaram a letra toda
errada, nem sabiam o que diz a letra, minha irmã ficou brava, eu sorri. Não foi
a primeira vez, nem será a ultima. Outra coisa: ser comparada ao Bob não é
ruim, como devem achar, mas eu preferia ser comparada a Rita Marley que também
possui dreads, lindos dreads por sinal, mas como não conhecem mulheres com esse
penteado tão encantador e provocativo será sempre Bob Marley que eu e outras
companheiras vamos ouvir.
Comecei a prestar mais atenção
no que tanto incomoda as pessoas, afinal, quem usa dreads sou eu. Boa parte,
mas boa parte mesmo acham os dreads bonitos, mas não tem coragem de falar,
porque tem medo do que os outros vão pensar, ou porque o padrão de beleza
estabelecido não tem jamais uma pessoa de dreads, outras porque pensam que tem
piolho. Ué, todo cabelo liso, crespo, dredado, trançado está sujeito a pegar
piolho. Outro dia uma mulher me perguntou, “como se cuida de um cabelo desse
pelo amor de deus”, eu com toda a paciência, respondi: “como se cuida de
qualquer tipo de cabelo, lavando, secando...” devo ter falado algo a mais, mas
não lembro ou não quero lembrar, às vezes nossas grosserias nos tiram a razão. Quando
se permitem, tocam, elogiam, e eu gosto, é tão gostoso receber carinho nos
dreads.
Os mais “engraçadinhos” são os
adolescentes, é só olhar pra minha cara e começam a rir, eu rio também,
desaguo, dou gargalhadas, eles se assustam, até que param, depois o olhar é
sério, como se falasse, “por quê?”, “pra que?”, e quando se aproximam mais, me
tratam com carisma, devem me achar descolada.
Ser “diferente” no seu
bairro, na sua rua, na sua casa, é muito mais agressivo, não tem perdão, a fala
é na lata, e não tá nem aí para a estética negra ou pro movimento negro e muito
menos querem saber quem foi Bob Marley. Sempre me pergunto: Quando nós vamos
nos enxergar como próximos de fato? Por vezes, penso que tudo relativo à questão
racial envolvendo a estética é só utopia. Se eu chegar pra uma menina da minha
rua, ela com certeza vai dizer pra mim que estética negra (isso se ela se achar
negra) é chapinha no cabelo. Os motivos? Diversos: “porque não precisa lavar
todo dia”, “porque não gasta tanto”, “porque é mais prático” entre vários
outros argumentos.
Usando
dread percebi que os custos com uma progressiva, por exemplo, são os mesmos,
mas é muito mais fácil fazer o que está imposto do que quebrar padrões, até
porque questão de pele não é discutível, se eu sou menos pigmentada na favela,
eu sou branca e a retinta é morena e por aí vai. Não basta fazer passagens
dizendo que o cabelo crespo é lindo, o trabalho começa em casa e devia ser
ampliado nas escolas e infelizmente não é o que vejo.
Uma vez, na escola que
estudei, um professor de ciência teve a pachorra de dizer que “o Bob Marley
tinha mais de mil tipos de piolhos nos cabelos, e que isso afetou o cérebro que
gerou a doença que ele teve e por isso ele morreu”. Como pode? Um professor!
Ele não sabia o que estava falando, lógico, mas às vezes passando por escolas,
percebo que os professores são os mesmos e suas metodologias também, isso é
muito triste.
Andando nas ruas, vejo
quanto o diferente, que deveria ser comum, é rechaçado, e os trabalhos de base
são uma gota no oceano. Hoje, numa escola do bairro, perguntei se alguém
conhecia Martin Luther King, o que era discriminação, ninguém soube me dizer
nada, nem os professores, perguntei sobre Racionais Mcs todos levantaram as
mãos dizendo é “Nóis, aí sim”, mas quando perguntei se prestavam atenção de
fato nas letras, ficaram em silencio, falei o trecho de uma, e perguntei se
alguém já tinha prestado atenção que o Mano Brown citava Luther King, Malcolm
X, Zumbi dos Palmares, dava pra ouvir os grilos de tanto silencio. Na mesma
escola, sempre que passo ouço os alunos gritarem das salas de aula “Bob Marley!”.
Nossas referencias são
piadas? E se tornaram por quê?
Quando temos uma história
elas são distorcidas e o pior: nós acreditamos nas distorções. Não me importo!
Podem chamar de Bob Marley, mas ficaria muito mais feliz se a comparação fosse uma
exaltação, mas mesmo com as tentativas de depreciação, encaro sim como uma
exaltação as minhas raízes, uma exaltação!
sexta-feira, 1 de março de 2013
SLAMULHER E A POÉTICA URBANA DA JOVEM MULHER NEGRA CONTEMPORÂNEA
Realização: Revista O Menelick 2º Ato e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
Data: 7 de Março, quinta-feira
Horário: 19h às 22h
Local: Ação Educativa - Auditório
Atividades: Roda de Conversa (Tula Pilar, Raquel Almeida e Roberta Estrela D´Alva) + Slam
Horários
Roda de conversa: 19h30 às 20h45
Slam: 21h às 22h
Bate-papo: A partir dos textos publicados na revista O Menelick 2º Ato: Poetizar a Existência e o Ser Feminino (Renata Felinto, edição 08) e Declama-te ou te devoro: o Poetry Slam e a Celebração Urbana da Poesia Falada (Roberta Estrela D´Alva, edição 07), as poetisas Raquel Almeida, Tula Pillar e Roberta Estrela D´Alva falarão sobre o atual momento da produção contemporânea literária das jovens mulheres negras poetisas das beiradas da cidade de São Paulo.
A poesia e o slam são duas faces de uma mesma linguagem. O debate propõe uma reflexão estética e literária sobre as convergências e divergências da produção de ambas as formas poéticas e o seu papel na luta cotidiana da mulher negra e periférica na atualidade.
Convidadas: Tula Pillar, Raquel Almeida e Roberta Estrela D’Alva
Mediação: Chris Gomes / Renata Felinto
SLam: Condução do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, microfone aberto apenas para mulheres. Distribuição de prêmios aos vencedores da noite!
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Seminário de Artes e Linguagens: Palavraviva nosso Patrimônio Africano
03/12
as 18hs30
Roda de Conversa:
Uma Literatura na Encruzilhada
Debatedores:
Nelson Maca(BA)Sarau bem Black
e o Escritor MArcelino Freire(SP).
Local :
Auditório Florestan Fernandes, Faculdade de Educação da UFF
04/12
as 18hs30
Oficinas
Soltando a Lingua
Marcelino Freire
Rememorar ser criança-criar, contar e brincar.
Raquel Almeida
MC no folclore brasileiro
Zinho Trindade
Confecções de Brinquedos Africanos
Lee27
Local:
FEUFF(salas seram divulgadas no hall do bloco D)
05/12
as 18hs30
Sarau Bem Black
poesias divergentes, musicas, contação de história
e performances artisticas.
Presença de poetas e MC's do RJ, SP e BA
Articulador: Nelson Maca
Local:Pilotis da FEUFF
Endereço:
Rua Visconde do Rio Branco, s/n - Campus do Gragoatá, BL D - São Domingos
Niterói-RJ
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Michel Yakini e Raquel Almeida (AGENDA fim de semana)
MICHEL YAKINI
10/12/11 (SÁBADO)
19 HORAS
DIÁLOGOS POÉTICOS
Apresentação: Frederico Barbosa e Marco Pezão.
Com Michel Yakini e Rodrigo Ciriaco.
Música: Jogando Tango.
A cada encontro, o Diálogos Poéticos recebe dois poetas contemporâneos, que são entrevistados e leem alguns de seus poemas. O sarau é aberto à participação do público, que terá a oportunidade de apresentar poemas próprios. Neste mês, ele faz parte da programação especial da Rave Cultural, uma grande festa em comemoração ao aniversário da Casa das Rosas, e terá convidados especiais!
LOCAL: CASA DAS ROSAS -
Av. Paulista, 37 - Bela Vista(11) 3285.6986 / 3288.9447
RAQUEL ALMEIDA
11/12/11 (DOMINGO)
11 HORAS
GRITA: UMA PANORAMA DA PRODUÇÃO FORA DO GRANDE CENTRO
com Alessandro Buzo, Artigo, Erton Moraes, Raquel Almeida
I FEIRA DO LIVRO DE OSASCO
Biblioteca Pública Monteiro Lobato
Av. Marechal Rondon, 260 Centro
Informações: 3685-1648/3682-2711
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
(DES)ENCONTRO LITERÁRIO: COM RAQUEL ALMEIDA - SARAU ELO DA CORRENTE
Neste sábado, 20 de agosto, durante as atividades do curso Literatura (é) Possível, teremos a honra e a graça de receber a poeta e ativista cultural RAQUEL ALMEIDA, do Sarau Elo da Corrente, pra prosear com a gente sobre a sua literatura, corres culturais, políticos, entre outras cositas.
Um batepapo informal, descontraído, regado a muita informação, história e poesia. Então, quem quiser chegar, o convite está feito, a porta aberta, e a literatura: viva!
(DES)ENCONTRO LITERÁRIO
com a poeta RAQUEL ALMEIDA
Sábado, 20 de agosto,
das 13hs as 14:30hs.
na EE Jornalista Francisco Mesquita
Rua Venceslau Guimarães, 581
Jd. Verônia - Erm. Matarazzo
sobre a autora: Raquel Almeida é poeta, ativista cultural, integrante do Coletivo Literário Sarau Elo da Corrente eColetivo Cultural Esperança Garcia; autora do livro “Duas Gerações Sobrevivendo no Gueto”, além da participação em vários outros.
Realização: Sarau dos Mesquiteiros
Apoio: VAI-PMSP
quinta-feira, 2 de junho de 2011
quinta-feira, 31 de março de 2011
30º QUINTASOITO - MULHERES - NESTA QUINTA FEIRA - AS 20HS - NO ESPAÇO CLARIÔ
30º QUINTASOITO
M U L H E R E S
Artes Plásticas
RENATA FELINTO
Artista plástica desde a sua adolescência, graduou-se em Artes Plásticas e desenvolveu dissertação de Mestrado em Artes Visuais pela UNESP sob o tema da arte contemporânea produzida por artistas negros e de sua pesquisa “Re-Existindo”. Atua na área de educação patrimonial em museus e instituições culturais desde 2000. Trabalhou no Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil desde a sua inauguração ocupando cargos de educadora, consultora de artes e de coordenadora. Já publicou diversos artigos, ministrou cursos, organizou exposições e encontros focando questões sobre a arte, educação e etnicidade, dentre os quais podem ser destacados a coordenação e autoria juntamente com outros autores da Coleção Civilização Brasileira – Cultura Afro – Volume 1 e 2, Editora DCL, 2011, e Projeto “Vivenciar”, Livro do aluno – segmento Cultura Afro Fundamental 1e 2, Editora DCL, 2009. Atualmente atua como educadora e pesquisadora em projetos culturais, sociais e educacionais como o “Embu com Artes” (Instituto Sidarta e IMPAES) e a revista “O Menelick 2. Ato” (Conselho Editorial, Editora Mandela Crew), além de desenvolver seus trabalhos como artista plástica cuja pesquisa atual se chama “Afro Retratos, ”e as pesquisas preparatórias para a realização do exame de doutorado. |
TEATRO
Atriz e escritora Raquel Nogueira (Suzano)
Azul e Amarelo ou Porque eu Estou Falando Essas Coisas
DANÇA
Intervenção: SERIA UM SOLO + GRITOS EM ESPIRAL
Intérprete Criadora: Luciane Ramos Vocal e outras presenças: Danielle Almeida Duração: 10minutos aproximadamente |
POESIA
RAQUEL ALMEIDA
M Ú S I C A
DONA JACIRA
Compositora, Poetisa e Escritora,
que a mais de vinte anos vem cantando e contando a cultura popular.
Participou do CD "MULHERES PERIFÉRICAS CANTAM"
Produzido pela Casa Da Mulher e Da Criança em 2010,
Gravando a Faixa "SAMBA CAMARADA"' de sua autoria.
TUDO ISSO E MAIS O CALDO DE SEMPRE, NO CALOROSO ENCONTRO QUE ACONTECERÁ NESTA QUINTA FEIRA, DIA 31 DE MARÇO, as 20h, NO ESPAÇO CLARIÔ, EM
HOMENAGEM AS MULHERES!!!
BÓRACHEGÁ!
quarta-feira, 2 de março de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Ouça nossa entrevista na Rádio Trianon
Essa é nossa entrevista (Raquel e Michel), dividida em 4 blocos, concedida no dia 08.01 na Rádio Trianon AM, durante o programa "Radar Paulista" apresentado por Renato Albuquerque, falando sobre nosso trampo.
Quem não ouviu e tiver curiosidade é só acionar o play.
PARTE I
PARTE II
PARTE III
PARTE IV
Quem não ouviu e tiver curiosidade é só acionar o play.
PARTE I
PARTE II
PARTE III
PARTE IV
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Entrevista Rádio Trianon - Michel Yakini e Raquel Almeida
Hoje as 17 horas
Entrevista
Michel Yakini e Raquel Almeida
com jornalista Renato Albuquerque
ao vivo
Programa Radar Paulista,
Rádio Trianon AM 740
Falando do nosso trabalho com o Coletivo Elo da Corrente.
Quem estiver de bobeira no dial sintoniza lá pra conferir.
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