Tradutor

Mostrando postagens com marcador literatura negra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador literatura negra. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Sarau Elo da Corrente - Lançamento de Bará - na trilha do vento (Miriam Alves) - 03/12/15

Próxima quinta (03/12) será o ultimo Sarau Elo da Corrente de 2015 no bar do Santista, nesta noite receberemos a escritora Miriam Alves, lançando seu romance Bará - na trilha do vento (Ed. Ogum Toques Negros) .
 
Sarau Elo da Corrente
Lançamento: Bará - na trilha do vento (Miriam Alves) 
Preço do livro: R$ 40
03.12.15
20:30h
Rua Jurubim - 788 - Pirituba
 
DOAÇÃO PARA ESCOLA OCUPADA EM PIRITUBA
Salve!
Quem vier e puder trazer materiais de limpeza (alcool, detergente, sabão em pó/pedra, desinfetante, água sanitária, etc.) para doarmos aos estudantes da Escola Phyo Telles, de Pirituba, que está ocupada, será de grande ajuda.

...
O pedido foi feito pelos estudantes....
Obrigado!
 
 
 
 

Miriam Alves
Escritora e poeta integrante do Quilombhoje Literatura, entre 1980 a 1989 publica, poemas e contos, em cadernos negros desde 1982 a 2011. Publicações recentes Brasilafro (2010): contextualiza o surgimento da manifestação literária afro-brasileira. Mulher Mat(r)iz (2011): contos publicados ao longo de 30 anos de vida literária. Participou até 2014 de debates e palestras em várias universidades, nacionais e internacionais, sobre literatura negra com ênfase especial a literatura negra feminina.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sarau Elo da Corrente - 8 anos - recebe a poetisa Débora Garcia - Lançamento do livro Coroações - Aurora de Poemas.



Coroações – Aurora de poemas


Coroações – Aurora de poemas, o primeiro livro de Débora Garcia, nasce para coroar seus leitores ao propor uma releitura de nossas questões cotidianas através da poesia. Composto por três capítulos o livro apresenta em Coroa de espinhos, Coroa de flores e Ojá, poemas que falam de dor, denúncia social, amor, escrita, ancestralidade e negritude. A crítica social se faz presente na maioria dos poemas, o que não faz de Coroações um livro ácido, pelo contrário, a Aurora que envolve seus poemas confere ao leitor a leveza necessária para que os mesmos também queiram vestir a sua Coroa... Qual é a sua Coroa? Descubra embarcando nessa leitura!

Sobre a autora:
Débora Garcia é poetisa, cantora, atriz, gestora cultural e assistente social formada pela Universidade Estadual Paulista – UNESP. Atua na Associação Cultural Literatura no Brasil desde 2009, na cidade de Suzano, São Paulo. Presidiu a entidade entre os anos 2012-2014, acumulando ampla experiência em gestão cultural na área do livro e literatura. Desenvolve e participa de projetos culturais nos quais trabalha com a literatura, música e teatro, suas áreas de atuação. Publicou seus textos em diversas antologias voltadas à literatura negra e periférica.
Utilidade:
Face book – Débora Garcia
Blog: deboragarcia.blogspot.com
E-mail: deboragarcia.info@yahoo.com.br

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sarau Elo da Corrente - Ano 7 - 10.04.2014 - Pirituba (Fotos: Heitor Araújo)

"...A você que me deu a mão
Agradeço de coração
A você que me fez sorrir
Eis aqui minha gratidão
A você que me faz feliz
Colorindo meu céu, meu chão
E a você me fez sofrer 
Ofereço esse meu perdão..." 

Leci Brandão - Gratidão































sábado, 5 de abril de 2014

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Entrevista com Mário Medeiros (Tv Univesp)

Seguindo o destaque a reflexão sobre nossa literatura, vamos agora de Mario Medeiros,

 Na ultima atividade que participei em 2013, Lançamento do Caderrnos Negros 36 Quilombhoje Literatura, fui convidado a fazer uma mini-palestra sobre Literatura Periférica e Literatura Negra. Algumas pessoas conversaram comigo durante o evento e perguntaram sobre o pesquisador Mario Medeiros, que defendeu uma tese de doutorado na Unicamp sob o mesmo tema. Pra quem tiver curiosidade, segue uma entrevista que Mario Medeiros concedeu a TV Univesp sobre esse trabalho. A entrevista é apresenta os motes principais da pesquisa e analisa a posição, a articulação e os desdobramentos dessas literaturas, cruzando as duas vertentes. Vale conferir! 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Pretextos de Mulheres Negras (Antologia Poética)/ Feira de Livros: Literatura Feminina.



Pretextos é uma antologia poética na qual participam 20 escritoras negras com seus poemas, fotos e informações pessoais. Essa publicação pretende contribuir com a visibilidade da mulher negra e contribuir para que elas possam usar de seus próprios discursos para serem sujeito e objeto de suas escritas, além de proporcionar aos leitores a oportunidade de conhecer o trabalho dessas mulheres, suas artes, trajetórias, referências literárias e culturais. 


Este livro integra o Projeto Mjiba – Pretextos de Mulheres Negras, contemplado pelo Programa VAI / 2013 que pretende estimular e visibilizar a produção de textos de escritoras negras na periferia de São Paulo. 

Compareçam!!


Serviço:
Lançamento: Antologia Poética Pretextos de Mulheres Negras
Poesias: Recital com as autoras. Discotecagem: DJ Vivian Marques. 
Música: Camila Trindade interpreta músicas de cantoras negras. 
Feira de livros: Literatura Feminina.


Autoras: 
Carmen Faustino
Chaia Dechen
Débora Marçal
Elis Regina
Elidivânia Souza
Elizandra Souza
Flavia Rosa
Jenyffer Nascimento
Landy Freitas
Lids Ramos
Lu'z Ribeiro

Convidadas: 
Queen Nzinga (Costa Rica) 
Tina Mucavele (Moçambique)

Projeto Gráfico: Nina Vieira.
Ilustração capa: Renata Felinto.
Fotos: Chaia Dechen/ Thaina Joaquim
Maquiagem: Ariane Molina.
Tradução: Allan da Rosa e Fernanda Felisberto
Revisão: Carmen Faustino e Juliana Santos.
Equipe Mjiba: Elisangela Souza, Thais Vitorino, Ju Bernardo,

Thaina Joaquim, Elidivania Souza, Elizandra Souza e Carmen Faustino.

sábado, 5 de outubro de 2013

Resistência decepada. (Por Michel Yakini)



Ando desconfiando da minha Resistência. Minha resistência me faz ir às cadeias, aos abrigos, as escolas, me faz acreditar nas ruas, mas também me faz de extintor, que abafa o foco da explosão, e impede que a máscara do mundo seja desfacelada de vez. 


É o espelho contendo a imagem e assim continuo como sempre. Mantenho-me aqui, faço de tudo pra não me exterminar, mas fico a deus dará, contando com a sorte, torcendo pra ela não ser ingrata e não me crucificar em alguma esquina.

Minha Resistência me faz assistir de camarote, a juventude estudantil fazendo greve na bolha maior, esticando a faixa de “Maio de 68”. Maio pra mim tem cheiro de morte, gosto de cárcere. 

Aliás, a minha resistência quer me convencer que tudo começou em 60, quando a bomba explodiu na cara deles e futura geração-condomínio andou sumindo, antes de tomar o posto e se alinhar com a corja.

Sei bem, que se não sei ao certo de onde vim, é por que os meus sumiram desde o primeiro navio aportado aqui, carregado de estupro e ferocidade. 

Sei bem, que se não sei ao certo de onde vim, é por que muitos dos meus foram jogados ao mar na travessia. Outros se jogaram por não aceitar essa patifaria. Aquilo era um recado: Você vai aceitar isso aí? Você acredita que pode mudar essa joça? Você vai sustentar essa mentira?

A minha resistência teima em ver algum adianto nisso tudo. É mil entrando na faculdade e um trilhão sendo apagado da memória. Comemos melhor, bebemos melhor, moramos melhor, mas só nos sobra sucata, lata velha e comida enlatada goela abaixo, nos entorpecendo de esperança.

Perguntei a minha Resistência: Qual é o caminho? Estudar? Se eles entram em Medicina e a gente sorri com o diploma-migalha de Logística? Revolta? Se eles continuam montando os palcos do movimento estudantil, enquanto a gente leva bala de ferro, e vive ameaçado por nós mesmos? Ir pro arrebento? Se quem planta são eles, quem refina são eles, quem industrializa são eles e pra gente só sobra o trono de ilusão, a cidadania prisional, as nóias e os gavetões do Dom Bosco? Trabalhar? Nem preciso tocar nesse assunto, né?

Por isso, cortei a cabeça da minha Resistência! Minha Resistência está decepada! Morta! Definitivamente! Arranquei de mim essa parte doente que me fez acreditar em farsas e utopias. 

Aos poucos estou reconstituindo a memória, e se novamente só me sobrar a Resistência, me jogarei ao mar! Me jogarei pra não remediar os sinistros planos dos algozes. 

Em honra e respeito aos meus, aos que não aceitaram a Resistência como única consolação. 

A menos que a Resistência não seja o único caminho a seguir.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Eduardo de Oliveira (Fonte: Quilombhoje Literatura)




“Sou alguém que jamais deixou
de acreditar no poder criador dos poemas"

(in CN29)


Na última quinta-feira, dia 12/7/12, aos 85 anos, faleceu mais um guerreiro, um poeta, um batalhador cuja biografia não sairá nos grandes jornais, mas que têm muita importância para este país.

EDUARDO DE OLIVEIRA, poeta e jornalista, defensor dos direitos humanos e observador das relações raciais no Brasil, foi Vereador em São Paulo. Autor de nove livros publicados, deixou em seus primeiros poemas o sabor amargo de não ter conhecido o senhor Sebastião Ferreira e dona Henriqueta de Oliveira, seus queridos pais, mas também deixou nesses poemas uma mensagem de profunda ternura, ao reconhecer a acolhida fraterna que seu pai adotivo, senhor Francisco Salles Prudente Corrêa, sobrinho-neto do Primeiro Presidente Civil do Brasil, Prudente de Moraes, sempre lhe dispensou. A generosidade de Eduardo de Oliveira e sua ação política foram carinhosamente estimuladas pelo grande líder norte-americano Martin Luther King, em carta ao poeta paulista. Eduardo é autor do Hino à Negritude.

Eduardo aderiu ao projeto dos Cadernos Negros participando dos números iniciais e depois também de outros. Que possamos guardá-lo sempre em nossa memória.

Um poema de Eduardo de Oliveira:

FILHO ENJEITADO

Meu legado, que é rico e tão valioso,
deu vida à nossa nacionalidade,
valorizando a própria identidade
do Brasil, que se diz ser generoso!

Pelo esplendor desta africanidade
doada a este país, belo e formoso,
quem a doou, o fez, por ser bondoso,
trabalhando no campo e na cidade!

Não é justo, portanto, quem persegue
aquele que nos deu este legado,
já que viver decente não consegue!

Nossa raça quer ser reconhecida
como um filho – mas não como enjeitado –
por ter dado ao Brasil a própria vida!

(in Cadernos Negros 29)


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Minha Poesia (José Carlos Limeira)

Minha poesia não se presta

Ao chá da cinco da academia

Prefiro fala lá pelas calçadas

Nas paradas de ônibus

Molhada do burburinho da cidade

Dos batuques



Minha poesia

Se pica pela traseira do coletivo

Sem pagar

Se esfrega no reggae

Vigiando atento a cabrocha gostosa

Cheia de truques



Minha poesia

Nunca será exemplo

De paladar

Pode se ligar no hip hop

Pro toque



Haja vista seus versos aptos

A fila do SUS

Acordados antes da luz

A serviço do meu povo

Contando seus dramas



Minha poesia

pode até passar da hora na cama

Na mais pura desobediência

                                         aos patrões



E como podemos supor

Nem tem métrica

Nem vem em rimas ricas

Podendo ser rica

                          de palavrões!



Ela é mesma onisciente

Mais a acima das futricas

Jamais será clássica

Fugiu da sala de aula bem cedo

Desassombrada e sem medo



Levou porrada nos porões

Já foi censurada

Viajou de carona

Em longos anos de estrada



Minha poesia está a serviço

De levantes e revoluções

Libertou-se da mordaça

Deixou de ficar calada

E sim um dia não for a luta

E de graça


Ela é toda de minha amada.




José Carlos Limeira,  nasceu em Salvador -BA em 01 de maio de 1951. Engenheiro Mecânico, atualmente é Assessor Técnico da Reitoria da Universidade do Estado da Bahia. Escreve poemas, contos, crônicas e artigos publicando desde 1971. Entre seus livros, Zumbi... dos, Lembranças, O Arco Íris Negro (parceria com Éle Semog), Atabaques (parceria com Éle Semog). Participou de vários números dos Cadernos Negros e das Antologias Schwarze Poesie (Ed. Diá-Alemanha), Schwarze Prosa (Ed, Diá -Alemanha), Callaloo vol 2 (USA), Callaloo (Special Issue - 300 anos Zumbi -USA), Axé-Antologia da Poesia Negra Brasileira Ed Global 1983, A Razão da Chama Ed. GRD, Negro Brasileiro Negro número 25(Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e outras. Verbete em Quem é Quem na Negritude Brasileira Ed.CNAB 1998, citado em diversas teses e publicações como A Mão Afro-Brasileira (Significado da Contribuição Artística e Histórica - Ed.Tenenge 1988), O Negro Escrito (Oswaldo de Camargo) entre outras.




.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Paulo Colina

Esboço


O meu braço

laço e corte

é machado-foice-

pau

o meu braço

é cimento

é concreto-britadeira

é parada infernal

sou a fome em sua porta

sou tocaia nas esquinas

olha o cano

olha o punhal

sou o asco

sou só casca

sou o nó que não desata

sou notícia de jornal

não aceito mais açoite

sou orgulho sou bravata

sou açúcar sou o sal

sou o suor pelota e grama

sou cansaço coração

sou a válvula de escape

pro seu ódio emoção

eu sou ginga melodia

berro couro alegria

todo ano carnaval

sou madeira que não verga

sou o dia sou a noite

não faz mal




Algum Conceito de Movimento


A troca rápida e precisa de máscaras

atendendo a situação da cena,

não é, companheiro, um movimento.


A impulsão nos braços fraternos

para um salto vertical, em busca do poder ao nada,

menos é, companheiro, um movimento.


O sibilar da língua bifurcada da serpente,

prefaciando uma canção dolorida e amarga,

tampouco é, meu irmão, um movimento.



A demolição das casas da mente,

antes que se trabalhe a massa e o concreto,

muito menos é, companheiro, um movimento.


Ao que me consta, meu irmão,

movimento é:

logo ao primeiro encontro,

ao primeiro aperto de mão,

um sorrir sorrindo claro e aberto

com todos os dentes dos dedos

                                         e do peito;

um mergulhar nessa angústia

                                           que te disseca

e sairmos prenhes da mais pura

esperança, aos tropeços, pela cidade;

os soluços calmos do suicídio

no vórtice em fogo

entre as raízes das coxas

da mulher que te completa;

a liberdade do pensamento aflito

de esquadrinhar todos, mas todos todos

os quadrantes do firmamento.


Por isso, mano velho, companheiro em luta,

continuo ao passo do meu coração armado.


Angelus Paulista


A tarde vestiu um terno cinza

bem próprio de um sóbrio senhor.


As árvores ao lado da Igreja da Consolação

dançam lentamente ao choro-garoa-fina

                                                   do tempo.

O vento entra por todos os cantos

como se estivesse em casa.


E é janeiro!


Passam ônibus, mulheres, sombrinhas,

carros, homens, guarda-chuvas,

luzes, buzinas, apressados apressados.



As prostitutas, como sempre, no seu pronto,

sempre pronto, trotear pelas calçadas.

O poste delgado de alumínio, quase beijando

                                                          o campanário,

traça no espaço uma cruz de mercúrio.

E eu, sentado nesse duro banco de bar,

inicio minha jornada pela tua lembrança.


Nação


Há esse arfar gordo:

batidas pontuadas de pés no chão.

Não nos cabe agora o cão das salivas,

o fel que navega de tempos em tempos

por nosso território.

Não nos cabe agora o bisturi

                                                    das dúvidas.

Este o momento de desatar nós internos

como nossas canções.

Onda negra de rostos contra o sol.
.
E essa cerca colorida de arcos

                                                  de berimbau

em movimento.

Resistir jamais será um equívoco.



Paulo Eduardo de Oliveira (Paulo Colina), nasceu em Colina, interior paulista, no dia 9 de março de 1950. Poeta, tradutor, ficcionista, dramaturgo, ator, cantor e compositor. Foi diretor da União Brasileira dos Escritores(UBE), seção São Paulo, em várias gestões. Com Osvaldo de Camargo, Abelardo Rodrigues, Cuti (Luís Silva) e o escritor argentino Jorge Lescano que fundou, em 1978, no Bar e Restaurante Mutamba, no Centro, o Grupo Quilombhoje, que hoje edita os "Cadernos Negros", com os quais Paulo Colina contribuiu nos números 2 e 3. Faleceu em em 8 de outubro de 1999, em São Paulo, aos 49 anos, deixando ainda dois livros inéditos: Senta que o dragão é manso, de contos e Entre dentes – drama em um ato para negros, teatro. Sua obra, embora pequena, conseguiu levar o seu discurso de respeito à diferença e contribuiu substantivamente para a divulgação da produção dos novos escritores afro-brasileiros.

Principais obras:


FOGO CRUZADO (contos) 1980 –Ed. Populares
AXÉ – ANTOLOGIA CONTEMPORÂNEA DA POESIA NEGRA BRASILEIRA , 1982 – Global Editora, Prêmio APCA - Melhor livro de Poesias.

PLANO DE VÔO (poesia) 1984 – Roswitha Kempf Editores

NOITE NÃO PEDE LICENÇA (poesia) 1987 – Roswitha kempf / Editores

TODO O FOGO DA LUTA (poesia) 1989 – Scortecci Editora
ENTREDENTES (teatro) – inédito

Fontes: site PCO e Literafro-UFMG