de acreditar no poder criador dos poemas" (in CN29) Na última quinta-feira, dia 12/7/12, aos 85 anos, faleceu mais um guerreiro, um poeta, um batalhador cuja biografia não sairá nos grandes jornais, mas que têm muita importância para este país. EDUARDO DE OLIVEIRA, poeta e jornalista, defensor dos direitos humanos e observador das relações raciais no Brasil, foi Vereador em São Paulo. Autor de nove livros publicados, deixou em seus primeiros poemas o sabor amargo de não ter conhecido o senhor Sebastião Ferreira e dona Henriqueta de Oliveira, seus queridos pais, mas também deixou nesses poemas uma mensagem de profunda ternura, ao reconhecer a acolhida fraterna que seu pai adotivo, senhor Francisco Salles Prudente Corrêa, sobrinho-neto do Primeiro Presidente Civil do Brasil, Prudente de Moraes, sempre lhe dispensou. A generosidade de Eduardo de Oliveira e sua ação política foram carinhosamente estimuladas pelo grande líder norte-americano Martin Luther King, em carta ao poeta paulista. Eduardo é autor do Hino à Negritude. Eduardo aderiu ao projeto dos Cadernos Negros participando dos números iniciais e depois também de outros. Que possamos guardá-lo sempre em nossa memória. FILHO ENJEITADO Meu legado, que é rico e tão valioso, deu vida à nossa nacionalidade, valorizando a própria identidade do Brasil, que se diz ser generoso! Pelo esplendor desta africanidade doada a este país, belo e formoso, quem a doou, o fez, por ser bondoso, trabalhando no campo e na cidade! Não é justo, portanto, quem persegue aquele que nos deu este legado, já que viver decente não consegue! Nossa raça quer ser reconhecida como um filho – mas não como enjeitado – por ter dado ao Brasil a própria vida! (in Cadernos Negros 29) |
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Eduardo de Oliveira (Fonte: Quilombhoje Literatura)
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