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domingo, 16 de setembro de 2007

LITERATURA PERIFERICA - DESTAQUE NA REVISTA ÉPOCA

Eu fiquei sabendo dessa matéria da revista Época lendo os blogs dos manos que estão indicados em link aqui no Elo da Corrente e depois fui conferir os textos escritos no site da revista e ficou da hora!!!

Uma grande matéria feita pela jornalista Eliane Brum traz como destaque a Semana de Arte Moderna da Periferia, Sergio Vaz e poetas da Cooperifa, Alessandro Buzo, Sacolinha, Alan da Rosa, João Nicomedes e Ridson Dugueto.

Maior satisfação de poder conferir, em grande estilo, o reconhecimento merecido dos manos e minas que são nossa referência, pois se hoje eu escrevo, publico livros e acredito na realização de um Sarau dentro do nosso bairro é porque eu me espelhei e acreditei na escrita e na correria desses guerreiros e guerreiras!!!

Clique no site:

www.epoca.com.br

E leia esta grande matéria: "Os novos Antropofágos"!!!

Viva nossa Literatura!!!
Viva nossa Cultura!!!
Viva nossa Luta !!!
Viva todas as Periferias!!!

Michel da Silva




Manifesto da Antropofagia Periférica


A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor.
Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune.
Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado.
A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.
A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade.
Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula.
Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção.
Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza. A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer.
Da poesia periférica que brota na porta do bar.
Do teatro que não vem do “ter ou não ter...”.
Do cinema real que transmite ilusão.
Das Artes Plásticas, que, de concreto, querem substituir os barracos de madeira. Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.
Da Música que não embala os adormecidos.
Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.
A Periferia unida, no centro de todas as coisas.
Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.
Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.
É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão.
Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades.
Um artista a serviço da comunidade, do país.
Que, armado da verdade, por si só exercita a revolução.
Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.
Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.
Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.
Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior.
Miami pra eles? “Me ame pra nós!”.
Contra os carrascos e as vítimas do sistema.
Contra os covardes e eruditos de aquário.
Contra o artista serviçal escravo da vaidade.
Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.

É TUDO NOSSO!

Sérgio Vaz
Poeta da Periferia

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