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sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Homenagem a Solano Tindade...........




Solano Trindade nasceu no Recife em 1908, filho do sapateiro Manuel Abílio e da quituteira Emerenciana. Casado com Margarida, Solano teve quatro filhos: Raquel, Godiva, Liberto e Francisco Solano. Atuou, além do Rio, nos Estados de Minas, Rio Grande do Sul e São Paulo. Iniciou junto com outros artistas, nos anos 60, na cidade do Embu, na região metropolitana, o núcleo cultural que contribuiu para o atual batismo de Embu das Artes, e onde Raquel Trindade, filha do poeta, fundou e mantém até hoje um grupo de teatro popular com o nome do pai.




Solano Trindade foi o poeta da resistência negra por excelência. Sua "carreira" como militante inicia-se, de fato, a partir de 1930, quando começa a compor poemas afro-brasileiros e, já integrado nesta corrente, participa em 1934 do I e II Congresso Afro-Brasileiro, no Recife e Salvador. Em 1936 fundou a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro-brasileiro, que tinha o objetivo de divulgar os intelectuais e artistas negros.




Solano Trindade faleceu no Rio de janeiro, em 19 de fevereiro de 1974. Sua obra, não! Continuará eternamente viva, como que escrita com brasas na pele escura de todo afrodescendente, mesmo que não queira, mesmo que não saiba...


Dentre seus poemas, Tem Gente com Fome foi talvez o mais famoso eelogiado, tendo sido musicado em 1975 pelo grupo Secos & Molhados. Acensura, no entanto, proibiu sua execução e somente em 1980 NeyMatogrosso, já em carreira solo, incluiu a música em seu disco.




Tem gente com fome




"Trem sujo da Leopoldina,/ Correndo correndo,/Parece dizer:/ Tem gentecom fome,/ Tem gente com fome,/ Tem gente com fome.../ Piiiii!/(...)Só nas estações,/Quando via parando,/Lentamente, começa a dizer:/Setem gente com fome,/Dai de comer.../Se tem gente com fome,/Dai decomer.../Mas o freio de ar,/Todo autoritário,/Manda o tremcalar:/Psiuuuuu...



Outro poema, também bastante difundido é o Canto da Liberdade:




Ouço um novo canto,
Que sai da boca,
de todas as raças,
Com infinidade de ritmos...
Canto que faz dançar,
Todos os corpos,
De formas,
E coloridos diferentes...
Canto que faz vibrar,
Todas as almas,
De crenças,
E idealismos desiguais...
É o canto da liberdade,
Que está penetrando,
Em todos os ouvidos

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