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sábado, 1 de novembro de 2008

lançamenmto do livro "NEGRAFIAS" (Organização Marciano Ventura)

CicloContinuo, Elo da Corrente e Edições Toró convidam:


Lançamento do livro Negrafias - Antologia de Autores Negros/ Sarau Os Novos Griots

Homenageia o poeta negro Solano Trindade

Organização: Marciano Ventura
Prefácio de Oubi Inaê Kibuko
Autores:
Akins Kinte - Allan da Rosa - Carlos Alberto Cidinha da Silva - Clodoaldo Paiva - Elis Regina F. Vale - Elizandra de Souza - Geovani di Ganzá - Johnny Pqno - Miguel - Marciano Ventura - Márcio Folha - Michel da Silva - Raquel Almeida

O livro Negrafias é uma antologia de autores negros que abarca diversos gêneros como: conto, poesia, teatro e texto em quadrinhos. A publicação do livro surge como fechamento da série de eventos “Os Novos Griots”, um sarau cultural onde foram realizados lançamentos de livros com o objetivo de reunir curiosos de todo gênero em torno das produções da vertente negra na literatura brasileira. Os eventos foram organizados, em parceria com a Oriashé - Sociedade Brasileira de Arte e Cultura Negra - durante os anos de 2006 e 2007, no bairro de Cidade Tiradentes/SP.
Apesar da finalização do evento Os Novos Griots, a publicação de Negrafias não se constitui como produto final do trabalho, mas como início de outras de novos vôos e realizações.


07/11 –
Local: Núcleo de Cultura e Extensão em Artes Afro-Brasileiras/USP - Grupo de Capoeira Angola Guerreiros de Senzala
A partir das 20:00h - Com apresentação de Dança Afro, música com Gerson Melodia, Sarau e Coquetel de Frutas
R: Av. Professor Lúcio M. Rodrigues, Travessa 05 – Bloco 28 – Cidade Universitária – tel 73120487/ 98118499

13/11 –
Local : Ação Educativa – a partir das 19:30h
Lançamento com projeção do documentário História duma vida simples – , bate papo sobre a vida, obra e o legado de Solano Trindade, Sarau e música. e sorteio de um livro de Solano autografado pelo autor.
R General Jardim 660 Centro – tel 31512333

20/11 -
Local: Sarau Elo da Corrente - a partir das 19:30h
Lançamento com projeção do documentário História duma vida simples – sobre Solano Trindade, Sarau do Dia da Consciência Negra, música e mil literaturas.
R: Jurubim, 788 - Pirituba

23/11 -
Local: Barracão do Samba - a partir das 16:00h
Lançamento do livro com sarau, música e muito samba.
Cristóvão Camargo (altura do n.66) - travessa da Av. Tiquatira. (11) 9763-2596c/ Rick.

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Contatos – negra_fias@yahoo.com.br

Segue alguns trechos do livro:


Berimbalando as capoeranças

tchi tchi TOON TIIIIIM....
Fecharam nossa africanidade
Num gigante baú de riqueza
De madeira falsidade
No cadeado a tranqueza
C’o chumbo de meias-verdades
Míope vesga marvadeza

Porque o levante é liberdade
E não caneta de princesa

Um imaginário com idade
E nossas linhagens realeza?
Meu sobrenome de verdade?
Quero sentir minha ascendência

Ilê Axé é liberdade
E não caneta de princesa

Não só a dor na costa que arde
Na servidão com ligeireza
É no corpo a espiritualidade
Minha negritude com beleza
No axé da ancestralidade iê
Maculelê iê capuera

Nossas roda é viva liberdade
E não caneta de princesa

Em falá nisso a gente sabe
Num devo favô a essa carnicêra
Não é papel é guerra, é arte
É vermelha e quente correnteza

A voz do Gunga é liberdade
E não caneta de princesa

Oritempoespaço unidade
Sô mulher negra, herança proeza
Sempre à prova a dignidade
Gingo fiel à minha natureza

Nossas mãe preta é liberdade
E não caneta de princesa

Canto aqui nossa fertilidade
Zóio de águia fitando o cegueta
Guerra e festa é nossa integridade
Quilombagagens mocambelezas

Porque nossa vivexistência é liberdade
E não caneta de princesa...

Elis Regina do Vale
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Favela, Mulher!

Favela, mulher corajosa!
Nem criança, nem idosa
Nas mãos flores e lanças
No olhar constante esperança.

Favela, mulher maravilhosa!
Nem arrogante, nem orgulhosa
Muitas vezes parceira na dança
Outras solitárias nas andanças.

Nas escadarias de tua geografia
Correndo feito menina
Seu sorriso espada que desafia.

No coração passou parafina
Abraça o caráter que não desfia
Já a face encharcou de purpurina.

Elizandra Souza
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Poemas de Outono

I
Não sei escrever poesias
As palavras que finjo escrever
Escrevem por si mesmas,
Eu as escrevo
Mas todas fingidas,
Finjo ser eu mesmo
As palavras fingem serem minhas,

Que desventura tentar a poesia
Sou o sonhador da janela do meu quarto
Que finge olhar a lua
Como se tivesse inspiração,
Mas que na verdade
Acha bonito estar na janela do quarto
Fingindo que sonha para a lua

Vou fechar as janelas
Do meu quarto sem janelas,
A mansarda e a lua
Que fique do lado de fora
Já não as suporto

Vou queimar meus falsos poemas
De versos que se fingem de mim
Nunca mais serei esse eu mesmo
Que nunca fui.

Giovanni di Ganza






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