Ontem foi um dia de magia, com cheiro de arruda, hortelã, capim, erva cidreira e pipoca ao som do tambor e berimbau, aquecido pelos tecidos africanos e como não podia faltar essa oferenda veio com o tacho cheio de poesia e ciência.
Pois quinta feira além de ser dia do guerreiro Oxóssi, ser dia de sarau, também foi dia de ritual afroperiférico dentro da ilha quase-instransponivel da USP. Isso mesmo, a universidade mais requintada da América latina recebeu um bonde nervoso pra acompanhar a defesa da tese de mestrado do malungo-guerreiro-militante-produtor-conselheiro-amigo-escritor e agora Mestre Allan da Rosa, que apresentou sua pesquisa trampada na ciência, na crença e na atividade em práticas de oficinas com estudantes do EJA (Educação de Jovens e Adultos) navegando no mares e jogando nas rodas das matrizes africanas (símbolos, oralidade, escrita, corpo, música, ritos, imagens). Me senti numa aula daquelas que trazem um poço de sabedoria e ensinamento, com as apresentação do Allan e da professora Iris Amâncio da PUC-MG. Pena que n;ao conseguimos ficar até o final por conta do nosso sarau, mas nos sentimos parte, nos sentimos pessoas das remadas percorridas e vencida ontem pelo mestre Allan. Vitória. Contrariando tudo que joga contra nossa mandinga e crescência. Parabéns Allan, parabéns pra nóis!Êa!
A sedução prossegui na tradução de enigma e no sentido desse alimento, pois se tu quiser conferir na integra a leitura da dissertação escrita pelo Allan da Rosa intitulada “Imaginário, Corpo e Caneta: Matriz afro-brasileira em Educação de Jovens e Adultos” é só clicar no sitio quilombola da Edições Toró (www.ediçõestoro.net) e bater asas nesse infinito. Além disso, nesse quintal tem os livros (todos da Toró) e recitais do escribas que frutificam nossa saga pelas cantos da cidade Elizandra e Akins, entrevistas com Pixote, Daniel NCA, Tiely Queen, Gaspar, Barata, Mateus Subverso sobre cinema e Hip Hop e as dissertações de Erica Peçanha e Mei Hua outras duas grandes princesas pretas guerreiras que nos presenteiam com o titulo de mestre e com a semeação de conhecimento, reconhecimento e chamação.
Mestre Allan da Rosa
Michel
Já na andança noturna realizamos o sarau de numero 70 no bar do Santista, com certeza foi o melhor sarau de todos, os amigos presentes, emoções afloradas, palmas e pandeiros ritmando uma trilha de duas horas eternas de aprendizado compartilhado. Nossa biblioteca recebeu mais algumas doações e segundo a Dona Silvia os empréstimos tem acontecido mesmo. A rádio segue firme na atividade e na transmissão do nosso recital, pena que todo mundo acorda antes da medalha de ouro senão estaríamos lá fazendo samba e conversando sobre literatura até agora.
Mas o gostinho de quero mais é primordial, quinta que vem estamos de volta, mas antes disso, no domingo, estaremos se apresentando juntamente com o sarau Poesia na Brasa e o coletivo Literatura Suburbana em um evento na Brasilândia. Fogo suburbano que une/Literatura é um elo em brasa/e vice verso pois nossa missão é Contar e cantar/contos e cantos/em todos os cantos.
Até o imprevisível.
Michel
2 comentários:
Allan da Rosa
Saudades Guerreiro!
Vida longa aos seus projetos,
Pô!!!
Perdiiiiiiiiiiii, deixa quieto´, amas tamu junto e torcendo por todo o movimento periférico!
abraço
Israel (Literatura Suburbana)
Postar um comentário