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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quilombo urbano em Pirituba

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No ultimo dia 12 de maio o Diário Oficial de São Paulo publicou assinatura de um protocolo que iniciara uma pesquisa no bairro de Pirituba, para legitimar a possível existência de um quilombo no bairro, o primeiro em área urbana do Brasil.
As evidências vem de a partir da fazenda de propriedade da Marquesa de Santos no século 19, localizado no bairro da Vila Anastácio (próximo a Ponte da Anhanguera), onde mantinha alguns negros-descendentes em situação escravizada e que posteriormente consolidaram uma fuga para fundar um quilombo na Vila Mangalot, já em Pirituba, próximo a Rodovia Anhanguera.

Essa pesquisa pode mudar muito a referencia histórica do nosso bairro, nos colocando na rota da resistência anti escravista e evidenciando nossa ancestralidade africana como ponto principal na formação de Pirituba. Bairro este que tem uma reserva indígena da etnia Tupi-Guarani a cerca de 70 anos na região, ao lado do Parque Estadual Pico do Jaraguá.
Essa premissa de quilombo sempre esteve nas rodas de conversa entre os moradores, mas nunca foi tratado de forma oficial, porém as provas vivas dessa existência estão há anos em nosso dia dia, não só na Vila Mangalot, mas no restante do bairro, basta lembrar da Escola de Samba Prova de Fogo, dos Blocos de Carnaval Barroca Santa Mônica (já extinto) e Vovó Bolão, dos times de Futebol de Várzea como: São Carlos e Santista F.C (times tradicionais da Vila Mangalot), Escudo Negro, Praça F.C, Ajax (também extinto), Jardim Regina, Comercial (Galo de Pirituba), que confirmam a força do futebol na região, dos terreiros de Candomblé e Umbanda, que sempre existiram aos montes na região e só diminuíram quando a massificação racista das Igrejas Evangélicas demoniaram essas praticas, do senhor Chico Isaac, que faleceu aos 115 anos por volta dos anos 60 e foi conhecido por muitos como um senhor que viveu em situação escravizada, enfim, agora vamos ver o que as pesquisas vão notificar para reescrever de vez a história do nosso bairro.
Algo é certo: essa pesquisa pode consolidar novos rumos para a construção de identidade e referencia positiva das comunidades que moram no entorno e contrapor a versão-verdade da inverdade que teima em nos iludibriar em livros didaticos de história que mais parecem manual prático de plano de massacre, ou já não são escancaradamente?

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