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terça-feira, 10 de agosto de 2010

FLIP8 - 2010 - Paraty -RJ (na ultima semana)

Salve!
Depois de quatro dias mangueando e respirando os ares literários e, por vezes, contraditórios de Paraty-Rj, durante a oitava edição da FLIP (feira literária de Paraty), deixo aqui algumas fotos e impressões sobre o evento e sobre a nossa primeira visita a feira.



Já estamos cercando visitar Paraty-RJ durante a FliP faz alguns anos e só calhou de ir agora. A experiência foi muito válida e enriquecedora, apesar de muita gente perguntar: Por que é interessante sair da periferia e ir a FLIP?


Acredito que há vários motivos bons para participar, mesmo que só nas ruas, onde está a circulação de pessoas. Pois, não fomos a FLIP assistir nenhuma palestra, a não ser a do Ferréz que rolou paralelamente, no sábado, no espaço do Clube dos Autores. Nossa intenção foi divulgar nosso trabalho, vendendo os livros e os folhetos, conhecer o clima literário de lá, conhecer outros escritor@s de todo Brasil e fortalecer as parcerias.


As contradições ficam por conta do desprezo que a organização da FLIP tem com os artistas independentes, pois somos nós que movimentamos as ruas, em saraus, cirandas, capoeira e mesmo assim para poder trabalhar é necessário fazer um cadastro e ficar com um crachá que nem identificação do evento tem. Sem contar a perseguição ao povo indígena (Kaigang e Guarani), que estava vendendo seu artesanato e foi tomado, pela guarda municipal local. como se estivesse vendendo um contra-bando. Coisas que passam despercebidas aos olhares de quem só visualiza as tendas oficiais da FLIP ou de quem acredita que é possível desfilar de salto alto nas ruas pedregosas do centro histórico.


No mais só fortaleceu. Primeiramente porque saímos de Babylon-São Paulo, e conseguimos conversar e repensar com mais calma e tempo vários caminhos sobre nosso movimento de literatura, algo que é quase impossível fazer nos encontros dos saraus, pois é uma dinâmica diferente. Outra, é sentir o clima de um evento internacional de literatura, colocar em evidência, dentro das possibilidades, nossos trabalhos, conhecer pessoas de todos os lugares e estilos que também fazem da palavra seu horizonte e perceber de outro ângulo o quanto a literatura é realmente poderosa. Mesmo em Paraty, onde 30% da população ainda é analfabeta (mazelas da educação pública no Brasil).



Mesmo de longe, além da caravana que montamos com Vagner (Sarau da Brasa), Ingrid (Pesquisadora), Rodrigo Ciríaco (Mesquiteiros e Cooperifa, terceira participação na FLIP), encontramos gente daqui que já é calejada em feiras literárias pelo Brasil: POesia Maloqueirista (Caco Pontes, Berimba de Jesus, Geovani Baffo), Mauricio Marques, Pilar Ferreira, Ferréz, Gabriel Nascimento, e outras pessoas que nos encontravam nas ruas e achavam que nós éramos fantasmas, por isso nem vale a pena citar.


Agradecido pela semeação e por todas as pessoas que fortaleceram!
Se pá ano que vem a gente volta...
Centro Histórico

Rodrigo Ciríaco

Michel Yakini e Rodrigo Ciriaco




Vagner Souza e Raquel Almeida



Intervenção poética - Rodrigo Ciriaco

Intervenção poética -Rodrigo Ciríaco

Raquel Almeida




Vagner, Raquel, Ingrid e Ciriaco

Guarda Municipal reprimindo povo Indigena


Lamentável

Michel Yakini


Gabriel Nascimento (Morro do Querosene)




Mauricio Marques

Rodrigo Ciriaco e Mauricio Marques


Michel Yakini



Vagnão mangueando





Pilar Ferreira

Ferréz
(Bate-papo no Clube dos Autores)

Vagner Souza e Michel Yakini

Um comentário:

SERGIO BALLOUK disse...

Isso mesmo Michel, sarau da litera-rua.
É lamentável que um espaço criado para as letras, tornou-se um espaço de adoração aos mesmos convidados ano a ano. O Marcelino Freire no seu blog inicia uma lista daqueles que jamais foram lembrados para participar do evento. E a lista é grande...