Na Favela da Alegria
Bem no dia do feijão
Um descuido da Maria
Explodiu o panelão
O barraco de madeira
Alimentou o fogaréu
Queimando a favela inteira
Mais rápido que papel
A vizinhança assustou
E ligou um, nove, três
O bombeiro demorou
Balde d´água não tem vez
A Maria se salvou
Evitando o pior
Ninguém ali ficou
Um estado de dar dó
Nada pôde recuperar
Nem mesmo a geladeira
Que terminou de pagar
Naquela mesma terça -feira
Sem casa e sem comida
Sem móveis e nem dignidade
Maria é mais uma excluida
Da mais rica das cidades
A Favela da Alegria
Virou um só desespero
Quem dera aquele dia
Fosse um sonho passageiro
Tem causo que é estranho
Nem parece verdadeiro
Que contando e não vendo
Mais parece um pesadelo
*
Mas pode acreditar
Essa história é pra valer
Mas só Maria em meio as cinzas
Chorando nunca vai esquecer
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