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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CONTRA PONTO (PARAÍSOPOLIS)

Estava lendo sobre a invasão que a Policia Militar fez na comunidade Paraísópolis (apontando arma pras casas, dando enquandro em pessoas que voltavam do trabalho, impedindo as lotações de transitar, fora o que só quem mora lá e não tem oportunidade de voz sabe).

Tudo está acontecendo como sempre foi, a comunidade protesta, a mídia retrata porque atrapalhou o trânsito da Giovanni Gronchi, logo a ida dos "cidadãos do lado nobre pra casa", não se importa em saber o real motivo, ou melhor só busca explicações a partir da voz da Policia , e depois tudo fica reduzido a associação com crime, com suspeitos, que a policia foi recebida com violência, e a opnião elitista, não pública, diz amém.

Cadê a voz da comunidade?

Só é legal colocar no ar a voz (nada de imagem) de uma moradora (que disse ser) apoiando e concordando com a ação da Policia?

Além de tudo o comandante da operação disse com a maior cara de pau que ação da policia é pra garantir o direito de ir e vir do "cidadão" e reestabelecer a "ordem pública".

Quem é considerado cidadão na concepção de um PM?

Um morador de Paraísópolis ou da Cidade Jardim?


O que é ordem pública?

É o Estado garantir saúde, habitação, educação, lazer e emprego digno para todos sem destinção, ou será descer o reio quando a comunidade de Paraísópolis protesta nas avenidas próximas da comunidade e na mesma situação (direito a vida) manter a segurança no protesto dos burgueses com a pomba estampada no peito no Masp?


Abaixo alguns textos que li a respeito nos blogs de Ferréz (com carta do lider comunitário Gilson Rodrigues) , Sergio Vaz e Alessandro Buzo ( a outra versão) e também dois videos um da Tv Band retratando esse acontecimento e outro do quadro Buzão Circular Periférico, produzido pela DGT Filmes, só pra que os leitores do blog possam ver o contraponto e a importancia e diferença de um retrato e um texto, tirado e escrito em perspectivas diferentes.


Fonte: blog Sergio VAz

Povo lindo, povo inteligente,
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há poucos dias escrevi um texto "Gaza ou gozo" , muito criticado por sinal, que está no blog ou no site:
http://www.diplo.org.br/, falando justamente sobre a invasão de Israel na Palestina e Sobre a invasão da polícia Bahiana numa favela, onde foi assassinado a caminho da padaria o menino Matheus.
Israel continua bombardeando a Palestina e a polícia continua invadindo as favelas com a força bruta.
Desta vez foi a favela de Paraisópolis, que fica dentro do bairro chique do Morumbi que teve o seu dia de Gaza aqui em São Paulo.
Pelo que eu li e vi nas "imprensas" todos eram supostos bandidos, vândalos, arruaceiros e que se justificava o tamanho da força aplicada. Em outras palavras, o que eles estavam dizendo é: pobre tem mais é que se foder.
Por que o estado não chega nesse mesmo apetite com escolas, creches, postos de saúde, esgôto e dignidade?
Muitos têm a vontade de remover a favela dali para dar lugar a uma especulação imobiliária, aí eu te pergunto: a quem interessa esse clima de terror?
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Se o estado não quer ajudar, então deixe a favela em paz.
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Sérgio Vaz


fonte: blog Buzo

Metropole está a mil

Salve manos (minas), aqui em SP o clima anda quente, não falo de praia, clube. O clima está quente nas ruas, ontem explodiu guerra na favela de Paraisópolis e fora isso, hoje o que mais vi foi policia pra todo lado, enquadrando geral. No Itaim Paulista veio várias viaturas, pensei até que iriam me abordar, mas era outra fita. Pessoas não dizem mais bom dia, todo mundo anda meio tenso.

A crise mundial é motivo para abaixar salários, mandar um monte de gente embora de seus empregos e na rua cresce o crime e o trafico. Quem não deve nada para policia e nem pros bandidos, fica no meio do fogo cruzado. O caso de ontem em Paraisópolis, mostra como nossa imprensa policial pensa, do Datena ao Fatioli, a questão era:

- A policia demorou. A policia tinha que descer fogo, a policia isso, a policia aquilo. E o povo ? A favela (avisa o Fatioli) tem 100 mil habitantes, se 10% fosse bandido a sociedade do Morumbi estaria frita, mas a maioria ali é trabalhador, são empregadas, babás, motoristas, jardineiros............nos proprios prédios de luxo que rodeiam a favela.

Precisa separar, precisa ter cuidado, não é chegar e descer a madeira que não resolve e acaba um monte de inocente pagando, que já paga pela injustiça social, paga pela falta de escola, hospital, médico, paga pela força em excesso da PM, paga pelo baixo salario que ganha, paga pela divida externa, pelos politicos safados e agora pela crise mundial. Generalizar na TV (Apresentadores dos programas policiais), chamando todo favelado de bandido é que não da também. A favela é mais que isso, é lugar de um povo que paga pelo jatinho do empresário, pela madame na Daslu, pelo fim de semana em Ilha Bela, é o povo pobre da periferia que sustenta essa cidade e em troca, não recebe nada.

Alessandro Buzo é escritor


fonte: blog Ferréz

Arruaça é a puta que o pariu.

o Jornalismo canalha não para.Expõe protesto como arruaça, como bagunça, e em nenhum canal, em nenhum jornal explicaram que tudo começou por um atropelamento.Paraisópolis não pode se manifestar, manifesto é ter trailer lotado de gente fantasiada na Paulista.

Paraisópolis não pode achar ruim de ter mais um menino morto por causa de uma simples lombada ou um sinal, tá faltando farol em São Paulo? acho que não, vai pro Jardins, vai pro alto de Pinheiros e você vai ver onde eles se concentram, para evitar que o boy com a cara cheia de álcool, coca, maconha volte da balada e corra algum risco.aqui! pancada, rojão, pneu queimado, tudo isso pra mostrar pro estado porco que agente dá valor pra uma vida.

fotos fotes, notícia quente, e nenhum morador falando, só as cenas de confronto, quando os robocops chegaram, com medo...medo sim, de que os favelados fossem para o vizinho, famoso "Morumby".Num esquenta "ortoridade" que ninguém ainda se tocou que devia querer mais, dessa vez passa batido, só querem um farol.

abaixo carta da União de Moradores de Paraisópolis.

Os moradores da comunidade de Paraisópolis enfrentaram nesta segunda-feira, 2 de fevereiro, um dia marcado pela irracionalidade.Carros queimados, bombas e tiros trocados impediram que trabalhadores saissem de suas casas e crianças voltassem de suas escolas.Milhares de vidas foram colocadas sob um imenso risco.A União dos Moradores lutará com todas as suas forças para que essas cenas nunca mais voltem a se repetir em frente as nossas casas e ao lado de nossos filhos!

Gilson Rodrigues
Presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis


PS: vamos usar os nossos canais de informação para isso, para mostrar o outro lado dos acontecimentos, essa é a grande vantagem dos blogs.







Essa é a versão deles sobre Paraísopólis





Essa é a versão do Buzão Circular Periférico sobre Paraísópolis

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