Um vento forte vindo da África vai fazer remexer as cadeiras das dançarinas e propagar o soar dos tambores de criolas, do maculelê, do samba e suas múltiplas manifestações. É o Festival Centenário Solano Trindade que acontece em Embu das Artes, nos dias 21 e 22 de julho, das 11 às 22 horas, dando início às comemorações do centenário do poeta, pintor, teatrólogo, cineasta, ator e folclorista Solano Trindade em 2008.
O evento, promovido pela Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes e pelo Teatro Popular Solano Trindade (TPST), reunirá 40 grupos em shows musicais com Z´áfrica Brasil, Thobias da Vai-Vai, Osvaldinho da Cuíca, Revista do Samba, além de outras manifestações culturais afro-brasileiras de dança e música. Com entrada gratuita, os espetáculos acontecerão no interior da sede do TPST e em palco montado na Avenida São Paulo, 100 – centro, onde se localiza o teatro.
A inauguração de um monumento em homenagem a Solano Trindade, confeccionado pelo escultor Jofe dos Santos, também marcará as comemorações. Haverá exposição de Arte Negra. A abertura oficial do festival será dia 21, às 11h, com a presença de autoridades e convidados.
Solano Trindade tinha uma poética combativa, social e popular por excelência e por opção. Solano defendia a linguagem simples para ser compreendida e fazer-se compreendido por inteiro pelo povo.
Obras de destaque: "Poemas negros" (1936); "Poemas de uma Vida Simples" (1944); "Seis Tempos de Poesia" (1960); "Cantares ao meu Povo" (1962). Dentre seus poemas, Tem Gente com Fome foi talvez o mais famoso e elogiado, tendo sido musicado em 1975 pelo grupo Secos & Molhados. A censura, no entanto, proibiu a execução e somente em 1980 Ney Matogrosso, já em carreira solo, incluiu a música em seu disco.
SOLANO TRINDADE
Solano Trindade nasceu no Recife em 1908, filho do sapateiro Manuel Abílio e da quituteira Emerenciana. Casado com Margarida, Solano teve quatro filhos: Raquel, Godiva, Liberto e Francisco Solano. Atuou, além do Rio, nos Estados de Minas, Rio Grande do Sul e São Paulo. Iniciou junto com outros artistas, nos anos 60, na cidade do Embu, na região metropolitana, o núcleo cultural que contribuiu para o atual batismo de Embu das Artes, e onde Raquel Trindade, filha do poeta, fundou e mantém até hoje um grupo de teatro popular com o nome do pai.
Dentre seus poemas, Tem Gente com Fome foi talvez o mais famoso eelogiado, tendo sido musicado em 1975 pelo grupo Secos & Molhados. Acensura, no entanto, proibiu sua execução e somente em 1980 NeyMatogrosso, já em carreira solo, incluiu a música em seu disco.
Tem gente com fome
"Trem sujo da Leopoldina,/ Correndo correndo,/Parece dizer:/ Tem gentecom fome,/ Tem gente com fome,/ Tem gente com fome.../ Piiiii!/(...)Só nas estações,/Quando via parando,/Lentamente, começa a dizer:/Setem gente com fome,/Dai de comer.../Se tem gente com fome,/Dai decomer.../Mas o freio de ar,/Todo autoritário,/Manda o tremcalar:/Psiuuuuu...
Outro poema, também bastante difundido é o Canto da Liberdade:
Ouço um novo canto,
Que sai da boca,
de todas as raças,
Com infinidade de ritmos...
Canto que faz dançar,
Todos os corpos,
De formas,
E coloridos diferentes...
Canto que faz vibrar,
Todas as almas,
De crenças,
E idealismos desiguais...
É o canto da liberdade,
Que está penetrando,
Em todos os ouvidos...
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