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terça-feira, 13 de maio de 2008

PARTIDA por Raquel Almeida...

Ele partiu
Não levou documento nem celular...
Partiu num triste caminho
Num dia comum
Partiu sozinho

Sofrimento de sua mãe
Que angustiada perguntava
Pra todos seus amigos
Mas ninguém sabia de nada

Um dia em meio ao desespero
Seu irmão te achou triste pesadelo
Jogado em um terreno baldio
Mataram um garoto!
E ninguém viu!

Partiu...
E na minha lembrança
Fica o seu sorriso
Na vila o vazio
A sua morte
Um acontecimento sombrio

Justiça para um garoto
Negro de 16 anos não existe
Não existe passeata pra descobrir
Quem tirou sua vida

Só existe tristeza
No peito de uma viúva sofrida...

Na favela os boatos
Que foram os gambéns
Que te arrastaram
Se foram eles, não sabemos
Não existe perícia pra periférico!

Seus erros foram com você no caixão
No peito de parentes e amigos
A triste ilusão
Justiça!

2 comentários:

Anônimo disse...

O que vive
incomoda de vida
o silêncio, o sono, o corpo
que sonhou cortar-se
roupas de nuvens.
O que vive choca,
tem dentes, arestas, é espesso.
O que vive é espesso
como um cão, um homem,
como aquele rio.

Anônimo disse...

Olhem bem o tamanho da reportagem e a que se limita a redação do Terra na "cobertura" do protesto aos ataques do PCC:

Sexta, 16 de maio de 2008, 21h13

Atualizada às 22h10
Protesto lembra as 493 vítimas do PCC em SP

O protesto em memória aos mortos pelos atentados de 2006 do PCC, que estava marcado para ocorrer às 19h próximo à prefeitura no Viaduto do Chá, na região central São Paulo, começou com um atraso de quase duas horas. Segundo os organizadores, um engarrafamento na avenida 23 de Maio atrasou a vinda dos participantes do Grajaú, zona sul da cidade, foi o responsável pela demora.
» Veja fotos do protesto
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A manifestação usa caixões para relembrar os 493 mortos nos ataques, quase todos jovens. O ônibus que trouxe os manifestantes e o aparato usado no protesto precisou fazer um retorno para chegar ao local do protesto.

Os manifestantes reivindicam melhores oportunidades para os jovens e são contra a redução da maioridade penal, entre outras bandeiras.

Redação Terra